segunda-feira, 28 de maio de 2012

Lendas e Glórias: Marco Tardelli

Marco Tardelli personifica, acima de tudo, o trabalho de um médio, trabalho este muitas vezes invisível. Tardelli era abnegado por Natureza: deixava os outros brilharem. No Mundial' 82 conheceu o momento mais alto da sua carreira, tendo saído vencedor dessa mesma competição. Não tinha a agilidade de Dino Zoff, o mítico guarda-redes, muito menos o instinto matador de Paolo Rossi (embora Marco tenha apontado um dos golos na final, ante a RFA), mas Tardelli era fundamental naquele sistema da "squadra": defensivo, rigoroso, coeso... Tudo isto graças ao apoio quer ofensivo, quer defensivo de Marco.

Porém, resumir a história desportiva do médio a um mês não fazia sentido. Também convém falar ácerca do seu papel numa das mais extraordinárias Juventus de sempre. Tardelli representou a "Vecchia Signora" durante 10 anos (de 1975 a 1985), intervalo de tempo em que foi sempre titular indiscutível, ajudando o seu clube a conquistar 12 títulos. Como tudo tem um fim, a união entre Marco e a Juventus acabaria em 1985. Nesse ano assinou contrato com o Inter de Milão, tendo representado os milaneses durante duas temporadas, onde assumiu o controlo das operações no meio-campo.

Antes de acabar, tenho de, novamente, destacar o que Tardelli fez pela seleção italiana. Ao todo foram 81 jogos, em que o italiana apontou 6 golos, embora este se tenha destacado pela construção de jogo. Resta acrescentar que Marco é atualmente adjunto da seleção da República da Irlanda, após uma carreira de treinador que não lhe correu de feição.

Nota Final: 16/20

segunda-feira, 26 de março de 2012

FC Porto volta a compremeter

Paços de Ferreira 1-1 FC Porto
O FC Porto não aproveitou devidamente o empate do Benfica, em Olhão, na véspera. Numa partida em que os campeões nacionais alinharam com algumas surpresas, casos de Defour e de Sapunaru, não conseguiram ultrapassar o "muro" pacense que, diga-se em abono da verdade, fizeram o suficiente para "roubar" pontos aos azuis e brancos. Como era expectável, foram os forasteiros a tomar o controlo das operações, porém, a primeira grande oportunidade do jogo sucedeu-se apenas aos 19 minutos, com um chapéu de Lucho, que o guardião dos "castores" afastou para fora. Dois minutos volvidos, nova oportunidade flagrante para os comandados de Vìtor Pereira. Desta feita, é Janko, que após passe de Hulk não logrou colocar a sua equipa em vantagem. Até ao término do primeiro tempo, foi mais do mesmo, ou seja, portistas a atacar e pacenses a defender como podiam, apoiados pela qualidade de Cássio. A etapa complemetar trouxe-nos aquilo que faltara nos primeiros 45 minutos: um golo! Grande jogada de Hulk que, ao cruzar a bola, esta desvia em Ricardo, traíndo Cássio. O golo não alterou muito a ordem do jogo já qe, na prátca, sucedia-se o mesmo que durante todo o jogo. Foi neste tónico que Cássio haveria de ser o salvador, com defesas cruciais. Por volta da hora de jogo, Vìtor Pereira lança Kléber, substituindo Janko que, até ao momento, não tinha conseguido deixar a sua marca no jogo. Mas, se o austríaco fora uma nulidade, o mesmo se pôde dizer de Kléber. Até aos 80 minutos a conversa foi sempre a mesma: Cássio a brilhar. Foi então que, num canto, Melgarejo empata o jogo, desviando de cabeça a um cruzamento de Josué, beneficiando da apatia da defesa azul e branca. O FC Porto ainda tentou desfazer a igualdade, mas já era tarde de mais. Quem pode aproveitar é o Sporting de Braga...

MVP: Cássio: Incrível! Agarrou a sua equipa ao jogo na altura em que o FC Porto ameaçava dilatar a vantagem, com defesas só ao alcance dos predestinados. Mais palavras para quê?
Moutinho: O mais esclarecido da sua equipa. Foi o único que logrou levar os dragões para a frente, criando situações de perigo iminente. Não merecia este empate.

Fernando Machado

sexta-feira, 16 de março de 2012

Metalist: o próximo destino do sonho do leão

No âmbito do sorteio dos quartos de final da Liga Europa, que ditará o confronto entre Metalist e Sporting, fomos tentar desvendar os segredos do Metalist. Sediado em Kharkhiv, na Ucrânia, o Metalist nasceu no ano de 1925. Embora pareça uma equipa acessível, o Metalist garante competitividade em todos os jogos. Além do mais, os ucranianos situam-se num honroso 39º lugar no ranking da UEFA. A perseverança dos soviéticos também é um fator fundamental a ter em conta. No geral, a equipa é muito coesa defensivamente, possuíndo jogadores muito versáteis. A baliza fica à guarda, essencialmente, de dois homens: Disljenkovic e Goryainov, dois guarda-redes bastante experientes e seguros. Um dos melhores setores do Metalist é a defesa, que conta com elementos importantíssimos, como são o caso de Villagra, Marco Torsiglieri (emprestado pelo Sporting), Papa Gueye... O centro do terreno também apresenta qualidade razoável. Jogadores como Cleiton Xavier, Edmar, José Sosa... A frente de ataque é temível, sendo o Metalist um clube que sofre muitos golos, o ataque, por norma, funciona. Para isso, jogadores como Cristaldo, Devic e Taison são preponderantes. Com isto tudo, o que o Sporting poderá fazer é ter cuidado, muito cuidado...

Fernando Machado

quinta-feira, 15 de março de 2012

Huntelaar: o ponta-de-lança perfeito?

Finalmente. Huntelaar finalmente voltou a demonstrar a sua veia goleadora que fez com que o Real Madrid o contratasse, em 2009. Mas daí para cá já muita coisa mudou. Klaas-Jan Huntelaar nasceu na Holanda, a 12 de agosto de 1983, na pequena localidade de Drempt. Os primeiros toques na bola foram dados nas categorias mais jovens do De Graafschap. No entanto, a sua estreia como sénior ocorreu já ao serviço do PSV Eindhoven, na temporada de 2002. Em duas épocas apenas completou um jogo, motivo pelo qual, após sucessivos empréstimos, rumou ao Herenveen. Aí, começou a fazer aquilo que o haveria de notabilizar: golos. E foram muitos, de tal modo que o Ajax não enjeitou resgatá-lo ao seu anterior clube. Em Amesterdão, Huntelaar assumiu-se como um verdadeiro líder, com inúmeros golos. Aliás, Klaas logrou ser o melhor marcador dos campeonatos europeus, na temporada de 2006/07. Espalhou a sua classe e charme nos relvados dos Godenzones por mais 2 épocas, altura em que decidiu abraçar o maior projeto da sua vida: ser jogador do Real Madrid. Na capital espanhola era visto como natural sucessor de van Nistelrooy, mas nem tudo foram rosas. Apenas esteve meia época em Madrid, tempo insuficiente para se adaptar ao técnico campeonato espanhol. Dado como dispensável, o AC Milan despachou-se a assegurar os seus préstimos, em 2009. Esteve em Itália durante ano e meio, tempo, de novo, insuficiente para demonstrar a sua (enorme) qualidade. Voltou a ser dado como dispensável, mas nem por isso lhe faltou concorrência. O vencedor deste "leilão" foi o Schalke 04, que venceu, por exemplo, o Benfica, Bolton e Borussia Dortmund. Na Alemanha, Huntelaar tem marcado golos até mais não, sendo uma das peças fulcrais, não só dos "mineiros", como da seleção holandesa, onde já anotou 31 golos.

No meu ponto de vista, Huntelaar é um verdadeiro ponta-de-lança. Letal em frente á baliza, jogo de cabeça perfeito, dá luta aos adversários, não desiste de uma bola e é um líder. Mais palavras para quê?

Fernando Machado

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Javier Zanetti: "O capitão"

Em 1994, o Inter de Milão realizava um negócio fácil e pouco dispendioso. Na altura, os dirigentes nerazurri não imaginariam, seguramente, que, 13 anos volvidos, a sua contratação (Javier Zanetti) viesse a dar frutos. Mas deu, e em abundância. Como anteriormente foi destacado, Zanetti ingressou no Inter na temporada 1994/95, tendo saído do Banfield (Argentina). Em Itália adaptou-se a um futebol táctico, basicamente, Zanetti "chegou, viu e venceu". Mal chegou a Milão, assumiu-se, preferencialmente, como lateral, tendo começado logo a vencer, e em grande estilo: conquistou a Taça UEFA. Porém, após esta vitória, os resultados tardaram a voltar a aparecer, devido à hegemonia do AC Milan. Aliás, estes anos foram tremendamente maléficos para os nerazurri, que no plano interno se viram ultrapassados, para além do AC Milan, também pela Juventus, AS Roma, Parma ou Lazio. Os milaneses estavam praticamente a realizar uma travessia no deserto, até que a Taça UEFA voltou a surgir no horizonte. Na época 1997/98, o Inter tornou a alcançar esta competição, a segunda vez, desde que Javier debutava pelos italianos.

A mudança começou a ocorrer no ano desportivo de 2004/05, com a conquista da Taça de Itália. Deste ponto para a frente, só vitórias, muito devido ao Calciocaos que invadiu Itália e que prejudicou a Juventus, que perdeu várias competições graças a este escândalo. Desde aí, Il Capitano, já venceu cinco Ligas de Itália, três Taças italianas e, principalmente, uma Liga dos Campeões. É também importante vincar que Zanetti é o jogador que mais vezes vestiu a camisola do Inter, ao todo, mais de 700.

Eu vejo Zanetti como um visionário. A sua entrega, a classe magistral, a regularidade...tantos predicados para um só jogador. Aliás, Javier é, acima de tudo, um líder, a extensão do treinador dentro das quatro linhas. Mais palavras para quê? Zanetti é basicamente o símbolo vivo do Inter de Milão, um clube que desde que Zanetti chegou, nunca mais foi o mesmo. E nunca o será.

Fernando Machado

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Craques de Amanhã: Lass Bangoura

Não se deixe enganar pelo aspeto franzino de Lassane Bangoura, já que, embora apenas tenha 174 cm e pese 71 kg, não há dúvidas que Lass irá brilhar. Atualmente a representar o Rayo Vallecano, Bangoura nasceu na Guiné-Conacri, onde deu os primeiros passos, antes de rumar a Espanha, para debutar pelo Rayo. No seu primeiro ano no clube situado em Madrid, Lass jogou pelas reservas, apontando 23 golos em 25 jogos, excelente marca para um estreante nestas andanças. Esta temporada está a marcar a "explosão" de Bangoura, pese não seja titular nem de perto, já anotou três golos na Liga Espanhola, sendo atualmente o quarto melhor marcador do seu clube.

Lass Bangoura surpreende pela entrega que dá em cada lance, disputando a bola como se fosse a última coisa que fizesse na vida. Além do mais é veloz, sendo fulcral em contra-ataques rápidos, sendo uma das razões para o facto do Rayo estar a realizar uma temporada tão interessante. Estou plenamente convicto que pouca gente conhece Bangoura, mas também acredito que, mediante o "salto" para um clube mais ambicioso, poderá tornar-se uma das referência do futebol africano, podendo ser um novo Weah.

Nota Final: 14/20

O (grande) projeto do Rayo Vallecano

Tal como José Mourinho relembrou no último desafio que o Real Madrid disputou para a Liga espanhola, o Rayo Vallecano é de facto uma grande equipa, bem organizada e inteligente. Nem parece que este clube, situado na periferia de Madrid, esteve às portas da falência, no ano transato. O dono da baliza não é indiscutível, Cobeño, Joel e Dani lutam por um lugar ao sol. Na defesa, Tito Román, Casado, Labaka e Arribas transmitem confiança ao treinador, que não enjeita utilizar esta quadrilha quando o pode fazer. No "miolo", o "velhino" Movilla (apesar da idade continua a ser o baluarte do Rayo), tem lugar cativo no onze, juntamente com, por exemplo, Trashorras (tecnicista embora algo lento), Javi Fuego (um pêndulo, um dos mais utilizados na equipa) e Michu ( um dos indiscutíveis). A frente de ataque é também temível, com jogadores essenciais e de grande classe, como é o caso de Diego Costa (bom atacante embora tenha de melhorar na finalização), Tamudo (tem experiência e finaliza bem), Delibasic (não sendo primeira opção, não deixa ficar mal o seu treinador) e Bangoura (muito jovem mas excelente jogador). Para terminar, é preciso referir que o Rayo Vallecano é, atualmente, o 11º classificado da Liga espanhola, colocando-se à frente de clubes como Villarreal, Saragoça, Getafe...

Fernando Machado

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Izmailov decisivo

Sporting 1-0 Rio Ave
Para não deixar fugir o Marítimo na 4ª posição, o Sporting teria que derrotar o Rio Ave. Desafio relativamente fácil, mas a possibilidade de os leões serem derrotados em Alvalade teimava em não desaparecer do imaginário dos adeptos sportinguistas. O russo Marat Izmailov, com um golo fenomenal, veio tirar essa ideia da cabeça do universo verde e branco.

A meter velocidade e criatividade no jogo, o Sporting demorou a chegar à vantagem. Insúa esteve perto de marcar no início de jogo numa altura onde os leoninos já iam dominando, porém só aos 35 minutos é que a igualdade se desmontou. Izmailov tirou dois adversários da frente e rematou, ainda fora da grande área, rumo ao fundo das redes da baliza de Huanderson. Até fim, duas oportunidades relevantes de golo com os forasteiros Atsu e Anselmo a estarem muito perto do golo. Em suma, um resultado justo num jogo onde o Sporting fez o que tinha que fazer e cumpriu.

Francisco Cunha

Águias azaradas

Académica 0-0 Benfica
Após derrotas em São Petersburgo e em Guimarães, o Benfica voltou a escorregar, desta feita em Coimbra. Numa partida totalmente dominada pelos forasteiros, a justiça do resultado é muito contestável. Com Maxi, Witsel e Nélson Oliveira em grande, mas sem Javi García (suplente), Rodrigo (lesionado) e Luisão (castigado), os encarnados mostraram perante os estudantes um bom futebol com base numa posse de bola de qualidade. A travar esta avalanche benfiquista esteve o guardião Peiser, a barra ou, simplesmente, o azar dos futebolistas mais avançados da formação de Jorge Jesus.

A abrir o primeiro tempo, os encarnados ficaram a pedir mão na bola de Cédric Soares: Bruno César cruzou na esquerda, acabando a bola por embater no braço do lateral-direito português. Lance no mínimo duvidoso. Pouco tempo depois, Maxi deu na cabeça de Aimar que obrigou Peiser a efetuar uma grande defesa.

Aos 45 minutos, Matic foi substituído pelo português Nélson Oliveira e o fluxo atacante dos encarnados evoluiu. Com Witsel e Aimar mais descidos no campo e com o avançado recém-entrado a servir com imensa qualidade o paraguaio Cardozo, os encarnados subiram de nível de jogo. Logo no primeiro minuto da etapa complementar, Oliveira esteve muito perto de marcar, porém rematou por cima da baliza dos estudantes. Pouco tempo depois, o jovem luso arrancou pela ala direita, cruzou e, a cortar, Flávio meteu a bola na... barra, estando muito perto do auto-golo. À meia-hora de jogo, Nélson Oliveira remata, Peiser defende e, na recarga, Maxi volta a falhar. Um minuto depois, fica um penálti por marcar a favor do Benfica: Aimar foi derrubado dentro da grande área. Até ao fim da partida, os encarnados continuaram a tentar, no entanto não conseguiram encontrar uma forma de bater a defensiva da Briosa. Agora, se vencer o Feirense, o FC Porto poderá chegar ao "Clássico" com os mesmos pontos que as águias...

Francisco Cunha

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A injustiça de Hugo Viana

Surpreendentemente, Hugo Viana não foi convocado pelo selecionador nacional, Paulo Bento, para o jogo de preparação com a Polónia, em Varsóvia, agendado para 29 de fevereiro. A não convocatória do jogador do Sporting de Braga, pese tenha vindo a apresentar-se em boa forma, seria facilmente explicável caso, quem o substituisse, fosse, em qualidade, superior ao próprio. No meu ponto de vista tal não se sucede. Os convocados para o "miolo" foram João Moutinho, Raul Meireles, Miguel Veloso, Carlos Martins, Manuel Fernandes e Ruben Micael. Na minha opinião, estes dois últimos foram convocados um pouco "à força". Mas vamos por partes. Enquanto Hugo Viana tem sido titular numa das melhores equipas portuguesas da atualidade (Sporting de Braga), Ruben Micael não o é de forma indiscutível na sua equipa, com um agravante: debuta na pior equipa a alinhar na Liga Espanhola. Quanto a Manuel Fernandes, o seu momento de forma no Besiktas "salva-o" um pouco, embora, tal como Ruben Micael, não recolha unanimidade no seio dos adeptos lusos. Os dados estão lançados e, agora, Paulo Bento terá de explicar de forma mais conclusiva, por que razão se "esqueceu"de Hugo Viana, embora ainda tenha tempo para remediar o erro: faltam cerca de 4 meses para se disputar o Euro.

Fernando Machado