A qualidade de um treinador mede-se pelos títulos conquistados, principalmente pelos mais almejados. Porém, os presidentes dos clubes nem sempre têm esta mesma opinião, pois se tal pensamento fosse verdade, Capello poderia perfeitamente estar a treinar um conjunto do calibre do Barcelona. De facto, Fabio Capello teve sempre sucesso em equipas. O mesmo não se pode dizer de seleções, pois a única que treinou (Inglaterra) não lhe trouxe o mesmo sucesso dos clubes.
Nascido a 28 de junho de 1946, Capello, como jogador, nunca foi muito brilhante, apesar de ter representado alguns dos clubes mais importantes de Itália (Roma, Juventus e AC Milan). "Don Fabio" também haveria de representar a seleção transalpina, pela qual debutou por 32 jogos, tendo anotado 8 golos. Perante tais dados, chega-se à conclusão que o motivo que permitiu a Capello entrar na restrita lista de lendas do futebol não se baseia nas suas qualidades dentro das quatro linhas, mas sim fora delas. A caminhada gloriosa de Fabio como timoneiro começou em 1991, ano em que o AC Milan, um dos seus clubes como jogador, lhe propôs um contrato para guiar as hostes rossoneri. Na primeira época, Capello comandou os milaneses à conquista de uma Serie A. O segundo ano já foi mais positivo, já que permitiu a Capello adicionar mais uma Serie A e uma Supertaça de Itália ao seu pecúlio. Até 1996, ano em que o "general" decidiu abandonar o AC Milan rumo ao Real Madrid, Capello ainda haveria de lograr conquistar 1 Champions (4-0 contra o "dream team" de Cruyff), duas Serie A e duas Supertaças italianas.
Havia alguma desconfiança quando o técnico transalpino desembarcou em Madrid. Afinal, Capello ainda só conseguira singrar em Itália. Porém, as dúvidas foram minimamente dissipadas após essa época, graças ao campeonato espanhol que o próprio "ofereceu" aos "merengues". Um ano após aterrar na capital espanhola, Fabio Capello retornou ao seu "cantinho", no AC Milan. Apesar de tudo, o ano futebolístico de 1997/98 não correu de feição a "Don Fabio" que viu os principais títulos escapulirem-se para outras paragens. Os maus resultados foram favoráveis à saída de Capello, que, pela primeira vez, não obteve os objetivos previamente estabelecidos. Um mau ano não afastou os pretendentes de Fabio, como a AS Roma, que levou a melhor ante outros clubes. Pese o bom futebol, os "giallorossi" nunca lograram brilhar continuamente. Em cinco anos, Capello "apenas" conquistou uma Serie A e uma supertaça de Itália, tudo em 2000/01. Após estas incidências, "Don Fabio" ingressou na Juventus, outro clube pelo qual tinha debutado, como jogador. Os dois anos de Capello na "Vecchia Signora" foram conturbados, devido ao Calciocaos que retirou os dois títulos de Serie A conquistados por Capello, nesse período.
"Bom filho a casa torna", diz o ditado. E a verdade é que tal aconteceu. Em 2006/07, Capello regressou ao Real Madrid, 10 anos depois da primeira aventura. E, tal como acontecera em 1996/97, Fabio também venceu a Liga espanhola. Em 2012 renunciou ao cargo de selecionador de Inglaterra, pelo que, neste momento, o seu futuro é uma incógnita, podendo aposentar-se ou continuar a treinar uma equipa, sendo que, graças à sua qualidade, não deverá ser difícil encontrar pretendentes areceber aquele que, para mim, é um dos melhores técnicos da história do futebol.
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