quarta-feira, 17 de abril de 2013

Os intocáveis

Num momento em cada vez mais se "aperta o cerco" aos treinadores, com constantes "chicotadas psicológicas (veja-se o caso do Chelsea, liderado por Roman Abramovich), persistem timoneiros que, devido à sua qualidade, vão suportando tudo de modo a manterem-se num clube.

Sir Alex Ferguson: No que concerne a este assunto, o técnico escocês é o mais carismático. Há cerca de 26 anos no Manchester United, foi devido a "Fergie", que esteve quase a ser despedido no primeiro ano, que os "Red Devils" tem a projeção atual a nível mundial (é o emblema com maior número de apoiantes no globo). Para além de ter evoluido vários jogadores até à estratosfera, casos de Cristiano Ronaldo, Cantona, Roy Keane, Ruud van Nistelrooy, Rooney, Rio Ferdinand, David Beckham ou Peter Schmeichel, o britânico ainda "ofereceu" grande parte dos títulos que hoje podem ser observados no museu do ManU. Ao todo, amealhou 12 das 19 Premier Leagues obtidas pelo emblema de Manchester (está outra a caminho), 5 Taças de Inglaterra, 11 Supertaças (1 europeia e 10 inglesas), 4 Taças da Liga, 1 extinta Taça das Taças, 2 Champions, 1 Campeonato do Mundo de Clubes e uma Taça Intercontinental. Tudo somado, dá um coeficiente de 37 conquistas, mais de metade das conseguidas pelos ingleses em toda a sua história (62).

Arséne Wenger: O caso do francês, apesar de menos emblemático, também é de louvar, principalmente atendendo ao facto de que, apesar de alguns resultados menos positivos obtidos pelo Arsenal nos últimos anos, continua a ser o treinador (pelo 17º ano consecutivo). À imagem de Ferguson, também foi devido ao gaulês que os gunners são um dos clubes mais representativos de Inglaterra, tendo conquistado, durante o seu reinado, 3 Premier Leagues, 4 FA Cup e 4 Supertaças, ou seja, 11 dos 38 títulos do emblema sediado em Londres. Porém, o principal motivo para o crédito que o gaulês tem deriva principalmente dos jogadores que, devido a si, ganharam fama mundial, como Sol Campbell, Kanu, Overmars, Thierry Henry, Nicolas Anelka, Bergkamp ou Patrick Vieira.

Jürgen Klopp: Neste caso, o que mais surpreende não é quantidade de anos mas sim a qualidade. Sim, porque o alemão, apesar de "só" estar na sua quinta temporada consecutiva (o que, como constatámos no princípio, não é mau), já conquistou duas Bundesligas, uma Taça da Alemanha e uma supertaça do mesmo país. Outrora famoso, o BVB, na altura da chegada de Klopp, não passava de uma equipa banal, que lutava simplesmente por um lugar a meio da tabela (que contrastava com o Dortmund de fasquia elevada, na década de 90). Depois, tudo se alterou: o clube, progressivamente, foi subindo na tabela classificativa, foi bicampeão e, após uma presença pouco conseguida na Champions do ano passado, este ano marca presença nas semifinais. Com um elenco de luxo, praticamente todo ele construído pelo germânico (onde despontam Hummels, Götze, Lewandowsky, Schmelzer, Reus ...), o emblema da Renânia deve muito o seu sucesso ao seu técnico genial.

David Moyes: Um dos treinadores mais respeitados de Inglaterra é técnico do Everton desde 2001, ou seja, à 12 anos. Apesar das 9 ligas inglesas, o emblema de Liverpool sentiu sempre dificuldades em retomar grandes conquistas. O timoneiro escocês, apesar de ainda não ter logrado vencer nenhuma competição, tem aproximado os toffees dos lugares cimeiros da Premier League, para além de algumas presenças na Taça UEFA/Liga Europa. Todavia, o que mais surpreende neste Everton é o seu estilo de jogo, que dá preferência ao futebol tático, pragmático, à segurança defensiva, algo pouco comum em emblemas que disputam o escalão máximo do futebol inglês. Evidentemente, estas caraterísticas e os resultados que o clube de Goodison Park tem obtido têm lançado o nome de David Moyes para a ribalta, pelo que, para infelicidade dos apoiantes dos "azuis", não deverá fazer parte do comando técnico do Everton no próximo ano.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Colabore connosco comentando e aumentando, assim, a diversidade de opiniões no nosso blogue. Não ativámos a moderação de comentários, porém, não ultrapasse os limites - comentários abusivos serão eliminados.