sábado, 30 de junho de 2012

Buffon e Casillas: os verdadeiros indispensáveis

Na antecâmera da final do Euro 2012, fazem-se comparações entrejogadores de ambas as seleções. Uma dessas comparações é entre os guarda-redes da "squadra azzurra" e de "La Roja", Gianluigi Buffon e Iker Casillas, respetivamente. De facto, perante uma análise pormenorizada da história de ambos, chega-se à conclusão que existem várias caraterísticas em comum entre os dois keepers.

Desde já, ambos estes jogadores têm grande experiência.Casillas conta com 31 anos, ao passo que Buffon é três anos mais velho. Na suas seleções, também são uns verdaeiros "dinossauros", já que Casillas é 135 vezes internacional pelos hispânicos, enquanto que Buffon já alcançou as 118 internacionalizações. Além do mais, ambos são donos e senhores da baliza da sua seleção desde muito jovens. Gigi já era titular da sua seleção no Euro 2000, ao passo que "San Iker" haveria de ter recompensa semelhante no Mundial 2002, realizado na Coreia do Sul e no Japão. Em termos de títulos conquistados, apesar de ambos já terem bastantes, é Casillas que leva um ligeiro ascendente, com 15 títulos dos mais importantes e dos mais diversificados, como Champions, Liga espanhola, Taça Intercontinental, Campeonato do Mundo e Europeu. Ao contrário, Buffon contabiliza 11 títulos, se bem que ainda lhe faltam a Champions e o Europeu.

Após terem vivido um excelente ano a nível desportivo, em que venceram as ligas nacionais, Buffon e Casillas defrontam-se dia 1 de julho pelo ceptro de melhor seleção europeia. Itália e Espanha procuram o sonho de reinarem no "Velho Continente". Para tal intento, cada uma destas seleções têm uma vantagem: têm dois dos melhores guarda-redes do mundo a salvaguardar a sua defesa.

Mais transparência em Portugal

Ontem, finalmente, foi decretado o fim dos empréstimos entre clubes da mesma divisão, algo proposto por Rui Alves (presidente do Nacional) que obteve 19 votos a favor, 9 contra e uma abstenção. Uma decisão que certamente ajudará o nosso futebol a desenvolver-se. De relembrar que esta medida é já um facto em campeonatos como o inglês.

Muito provavelmente, os clubes mais pequenos e com menor capacidade financeira poderão sofrer um pouco por não puderem usufruir da ajuda dos "grandes", além de terem de abortar o trabalho feito nos últimos meses (muitas equipas já tinham jogadores garantidos neste processo), porém poderão apostar mais na formação e surgirão assim mais jovens atletas portuguesas. Por outro lado, Benfica, FC Porto e Sporting serão agora obrigados a emprestar os seus excedentários mais promissores e/ou de maior valor a clubes ligas estrangeiras, pois é claro que para jogadores como Urreta ou David Simão a 2ª Liga e, consequentemente, a equipa B não são opções.

Voltando ao ponto de destaque desta medida, era já conhecido e discutido o facilitismo que os futebolistas emprestados demonstravam quando defrontavam o clube com o qual tinham contrato, mas também, por vezes, surge a sensação de que esses mesmos atletas entregam-se mais ao jogo quando atuam perante os grandes rivais do seu "clube-mãe". Resumidamente, esta decisão irá eliminar todas essas afrontas à verdade desportiva ou não, caso os "senhores" do futebol português consigam, de alguma forma, contornar esta situação.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pirlo e a genialidade

Andrea Pirlo e a genialidade parecem andar de mãos dadas. Fui, sou e sempre serei um reconhecido adepto das qualidades futebolísticas do experiente médio da Juventus. A bola, quando saí dos seus pés, parece sair com magia e isso fascina-me. As suas movimentações sem bola e o seu sentido posicional e tático são únicos no futebol atual e a forma como controla os 90 minutos com 33 anos às costas é notável.

Formado no Brescia, iniciou a carreira na posição de ponta-de-lança. Chegou a jogar pelo Inter, porém acabou por ser dispensado. O AC Milan deu-lhe a mão e Carlo Ancelloti percebeu que o seu lugar não era ali. Ao avaliar a sua classe e qualidade técnica evoluída decidiu por bem desce-lo para o centro do meio-campo "rossoneri". Após uma primeira época de adaptação, explodiu na sua segunda temporada em Milão. A partir daí é história... Logo em 2002, com 23 anos, estreou-se na seleção italiana, tornando-se rapidamente num dos ícones transalpinos. Tal preponderância culminou na conquista do Mundial de 2006, onde foi um dos melhores jogadores do torneio. No decorrer da sua carreira, venceu ainda duas Ligas dos Campeões e 3 títulos da Serie A.

Apesar de nunca ter tido a honra de figurar num "top 3" de Melhor Jogador do Mundo, poderá ser 2012 o seu ano. Após uma grande época ao serviço da Juventus (onde foi campeão italiano) e de um grande Europeu que até poderá terminar numa vitória sua, chega a hora de este "senhor do futebol" ver o seu trabalho finalmente recompensado em termos individuais.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Os italianos é que assustam!

Alemanha 1-2 Itália

Após a estrondosa vitória ante a Grécia, por 4-2, a Alemanha não conseguiu manter o mesmo nível exibicional nas "meias" do Euro 2012, perante uma Itália que, pondo de parte os seus príncipios defensivos, assumiu as despesas de um jogo que prolongou a malapata alemã contra os "transalpinos". De facto, os germânicos nunca derrotaram a Itália em fases finais, quer de Europeus, quer de Mundiais.

O que se viu em Varsóva foi a demonstração da força italiana, de coragem e duma qualidade sem precedentes. Cesare Prandelli optou por adoptar um sistema à volta de Pirlo que, auxiliado por elementos como Marchisio ou De Rossi oferece um apoio ofensivo que termina frequentemente em oportunidades de golo. Uma excelente jogada de Cassano culminou no primeiro golo da noite, por parte de Balotelli, que festejou efusivamente, algo raro de se ver no "Super Mario". A pressão da "squadra azurra" aumentou e Balotelli apontou o seu segundo golo na partida, terceiro no cômputo geral. Até fim da partida, foram raros os mometos de real perigo criados pela "mannschaft", contrastando com as perdidas dos homens mais adiantados da Itália.

No final do jogo, o momento era de celebração para a Itália, que tentará, no dia 1 de julho, cumprir a tradição de vencer um grande certame sempre que o seu país é abalado por corrupção desportiva. Quanto aos germânicos, o momento é de reflexão, para se tentar perceber o que correu mal pois, segundo Beckenbauer, mítica figura do futebol alemão, esta era "a melhor Alemanha de sempre".

Caímos de pé

Espanha 0-0 Portugal (4-2 penáltis)

É o fado português! A exibição contra Espanha, campeã do mundo e europeia, merecia outro resultado, já que, apesar dos hispânicos terem dominado grande parte da partida, os jogadores lusos jogaram como guerreiros, ante uns espanhóis que não lograram demonstrar o seu melhor futebol.

A partida começou com uma enorme surpresa no onze espanhol, graças à utilização, de início, do ponta-de-lança do Sevilha Negredo. Quanto à seleção nacional, o filme repetiu-se: plantel igual. Porém, desta feita, com uma novidade, que foi a entrada de Hugo Almeida diretamente no onze, substituindo Hélder Postiga, lesionado. Os minutos iniciais do desafio caraterizaram-se pelo receio das seleções em atacarem, o que tornou esta fase do jogo algo enfadonha. Mas, a partir dos 10 minutos, o famoso "tiki-taka" começou a fazer-se sentir, estando Andrés Iniesta no centro desta avalanche ofensiva, embora sem resultados práticos. Curiosamente, foram os lusos que dominaram no primeiro tempo, muito devido à garra e potência de Fábio Coentrão, que aproveitou este jogo para "calar" alguns críticos que, ao longo da temporada, o criticaram pelas suas exibições ao serviço do Real Madrid.

A segunda parte não alterou muito o figurino do jogo, já que se pode voltar a constatar que os ibéricos tinham demasiado respeito ente si. Vicente del Bosque, timoneiro da "Roja", notou que Negredo não estava a render o esperado, de maneira que, aos 54 minutos, decidiu retirá-lo do campo, fazendo entrar Fábregas, visando ocupar os espaços vazios, para que o "tiki-taka" fluísse melhor. Tal sucedeu-se, apesar de continuar a não haver lances de real perigo junto ás balizas. Del Bosque decidiu recorrer, de novo, ás substituições, retirando David Silva, desinspirado, por Jesús Navas. A partir do minuto 70, "la Roja", graças à entrada de Fábregas minutos antes, conseguiu assumir o jogo, dominando por completo o "miolo", aumentando, como é natural, a sua percentagem de posse de bola. Apesar de tudo, a estatística não refletia o que estava a ser a partida, pois os jogadores lusos mantiveram um jogo sereno, com raros erros. Até fim do tempo regulamentar, nota para a entrada de Nélson Oliveira, aos 83', em detrimento de Hugo Almeida, e para dois livres de Cristiano Ronaldo que não levaram muito perigo à baliza à guarda de Casillas.

No prolongamento, os espanhóis, finalmente, conseguiram conjugar o domínio da posse de bola com algumas situações de grande perigo, como foi o caso do remate de Iniesta, aos 104 minutos, que permitiu a Rui Patrício realizar uma grande intervenção. A segunda parte do prolongamento começou com a entrada em cena de Custódio, para o lugar de Miguel Veloso. Troca por troca então, para que a "seleção de todos nós" tivesse mais domínio posicional. O perigo voltou a rondar a baliza portuguesa, quando aos 111 minutos Jesus Navas, após boa jogada individual, rematou para mais uma grande estirada de Rui Patrício. Até ao fim do duelo, há ainda a destacar a alteração de Raul Meireles por Varela, alteração que obrigou Nani a descer no terreno, passando a ter missões mais defensivas.

Como nenhuma equipa teve arte nem engenho para suplantar o adversário nos 120 minutos iniciais, teve de se recorrer à cruel decisão por grandes penalidades. Aí, o tal infortúnio bateu ás portas da seleção. Rui Patrício, auxiliado por Cristiano Ronaldo, ainda defendeu o primeiro remate espanhol, mas o falhanço de Moutinho logo de seguida complicou as contas aos lusos. Após uma série de golos, Bruno Alves rematou, a bola bateu na trave e volveu para longe da baliza de "la Roja". No penalty a seguir, Fábregas rematou, a bola embateu no poste mas, ao contrário do remate de Bruno Alves, este foi direitinho para dentro da baliza, deitando por terra a ilusão portuguesa de alcançar a sua segunda final num Europeu de futebol. Quanto ao conjunto de Del Bosque, pode entrar na história como a primeira seleção que ganhou dois europeus consecutivos. Para isso, é necessário que Espanha suplante, na final, Alemanha ou Itália, que se defrontam hoje, em Varsóvia.

domingo, 24 de junho de 2012

Segue-se a Espanha

A seleção campeã mundial e europeia em título é a adversária da equipa das "quinas" nas meias-finais deste Euro 2012. Uma exibição dominadora perante a França culminou num bis de Xabi Alonso que levou os espanhóis até esta fase com uma vitória por 2-0.

O grande prato forte da turma de Vicente del Bosque é, sem dúvida, a capacidade de manter a posse de bola que se transporta do Barcelona com Xavi, Iniesta, Busquets, Fàbregas ou Piqué, aos quais se juntam outros jogadores com uma grande capacidade de fazer circular a bola, como Xabi Alonso, David Silva ou Jordi Alba. A velocidade com que a formação de "nuestros hermanos" consegue recuperar a bola é também notável.

Ao contrário do que muitos pensam, a Espanha não é imbatível. Existem formas de a vencer e, analisando os últimos jogos onde La Roja não venceu, podemos notar algumas "lacunas" táticas. Ao jogar com as linhas muito avançadas, uma simples perda de bola poderá revelar-se como fatal. Se Ronaldo ou Nani receberem a bola após um desses lances, poderão transportar a equipa portuguesa para a frente muito rapidamente e, face à diminuta velocidade dos atletas espanhóis, causar estragos. Outro dos pontos essenciais para o bom  porto da seleção nacional é "deixar" os oponentes jogar, pois será muito difícil retirar a bola aos espanhóis, mesmo efetuando pressão. No entanto, será essencial jogar com as linhas um tanto avançadas e "fechar" as portas da baliza. Como eles não rematarão de longe, não surgirá perigo por aí.

Ansiamos por uma vitória portuguesa que, caso surja, tanto nos transportará para a glória, como também será certamente muito sofrida.

sábado, 23 de junho de 2012

João Moutinho: o pulmão da seleção

Apesar de não concordar completamente com Pinto da Costa, que referiu que João Moutinho é "a estrela" da seleção, tenho de demonstrar o meu apreço pelo médio portista. A par de Pepe e de Cristiano Ronaldo, Moutinho é o elemento português em melhor condição física, algo que se reflete no campo.

Com uma capacidade de sofrimento fora do normal, que camufla o seu aspeto franzino (1,70 metros), Moutinho é capaz de aparecer em todo o lado, como ficou comprovado no jogo com a República Checa, no qual o centrocampista apareceu na linha lateral para efetuar o cruzamento que haveria de dar golo, após excelente cabeceamento de Cristiano Ronaldo. Outro dom de Moutinho é o pragmatismo e a regularidade. O algarvio é daqueles que "não sabe jogar mal", o que lhe confere uma importância vital no meio campo português, tão importante na manobra, quer ofensiva, quer defensiva, dos lusos.

Esperemos então que Moutinho se mantenha ao mais alto nível, e que ajude a "equipa de todos nós", no desafio das meias finais. Uma coisa é certa: Com o portista em campo, as probabilidades de Portugal assegurar uma vitória serão substancialmente mais elevadas.

Mais um desafio para Espanha

Realiza-se hoje, ás 19.45, um dos desafios mais aguardados dos "quartos" do Euro 2012. Frente a frente duas das seleções que melhor futebol praticaram ao longo da fase de grupos. Franceses e espanhóis alimentam, assim, a ilusão de conquistarem o seu terceiro título continental, num duelo que também colocará os portugueses à frente da televisão, pois será uma destas equipas que se baterá com Portugal rumo à final.

Na memória dos hispânicos ainda estará a final perdida contra França, em 1984, na qual um enorme "frango" de Arconada, após livre de Platini, galvanizaria os gauleses rumo ao primeiro Europeu da sua história. Para além deste jogo, de má memória para os espanhóis, efetuaram-se mais dois, em fases finais de Europeus. O balanço é positivo para os gauleses, já que levam duas vitórias e um empate. Aliás, uma das vitórias francesas, em 2000, ajudou a França a ser campeã, num jogo dos quartos de final, no qual Zidane e Djorkaeff apontaram os golos da sua seleção, num resultado positivo de 2-1.

Porém, como todos os jogos têm uma história, a Espanha está convicta que, com uma equipa recheada de estrelas, poderá ultrapassar a seleção francesa, e tornar-se na primeira seleção a vencer dois Europeus seguidos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Uma Alemanha que assusta

Alemanha 4-2 Grécia

Num jogo que prometia ser mais que uma simples partida (pelas razões políticas já conhecidas), o poderio alemão veio ao de cima para assustar a Europa do futebol. A diferença entre estas duas equipas eram já conhecidas, porém pouca gente esperava que essa disparidade de qualidade se revelasse num resultado tão desequilibrado. Os alemães, que se apresentaram com vários suplentes como Marco Reus, Schurrle ou Klose, mostraram-se superiores desde o minuto inicial e a seleção grega apenas conseguiu contrariar essa toada em raros contra-ataques.

Apesar de tudo isso, a Mannschaft apenas abriu o marcador aos 39 minutos: Lahm, com um remate fantástico de fora de área, fez o 1-0. Já na 2ª parte, Samaras empatou a partida e deu a esperança à equipa de Fernando Santos. Seis minutos depois, Khedira voltou a colocar justiça no marcador, fazendo mais um através de um remate fulminante. Mais tarde, Klose e Reus marcaram mais dois golos para os vice-campeões europeus. A um minuto do fim, Salpingidis converteu uma grande penalidade e fechou o resultado. Em termos de individualidades, de destacar Mesut Özil, que espalhou magia pelo relvado de Gdansk, e Reus, que tem potencial para vir a ser um dos melhores futebolistas do Mundo. Agora, os alemães ficam à espera do Inglaterra vs. Itália para conhecerem o seu futuro adversário nas meias-finais. Por sua vez, os gregos terminam aqui a sua jornada no Euro 2012, após terem surpreendido muita gente ao ultrapassarem a fase de grupos.

Fabio Capello: "O general"

A qualidade de um treinador mede-se pelos títulos conquistados, principalmente pelos mais almejados. Porém, os presidentes dos clubes nem sempre têm esta mesma opinião, pois se tal pensamento fosse verdade, Capello poderia perfeitamente estar a treinar um conjunto do calibre do Barcelona. De facto, Fabio Capello teve sempre sucesso em equipas. O mesmo não se pode dizer de seleções, pois a única que treinou (Inglaterra) não lhe trouxe o mesmo sucesso dos clubes.

Nascido a 28 de junho de 1946, Capello, como jogador, nunca foi muito brilhante, apesar de ter representado alguns dos clubes mais importantes de Itália (Roma, Juventus e AC Milan). "Don Fabio" também haveria de representar a seleção transalpina, pela qual debutou por 32 jogos, tendo anotado 8 golos. Perante tais dados, chega-se à conclusão que o motivo que permitiu a Capello entrar na restrita lista de lendas do futebol não se baseia nas suas qualidades dentro das quatro linhas, mas sim fora delas. A caminhada gloriosa de Fabio como timoneiro começou em 1991, ano em que o AC Milan, um dos seus clubes como jogador, lhe propôs um contrato para guiar as hostes rossoneri. Na primeira época, Capello comandou os milaneses à conquista de uma Serie A. O segundo ano já foi mais positivo, já que permitiu a Capello adicionar mais uma Serie A e uma Supertaça de Itália ao seu pecúlio. Até 1996, ano em que o "general" decidiu abandonar o AC Milan rumo ao Real Madrid, Capello ainda haveria de lograr conquistar 1 Champions (4-0 contra o "dream team" de Cruyff), duas Serie A e duas Supertaças italianas.

Havia alguma desconfiança quando o técnico transalpino desembarcou em Madrid. Afinal, Capello ainda só conseguira singrar em Itália. Porém, as dúvidas foram minimamente dissipadas após essa época, graças ao campeonato espanhol que o próprio "ofereceu" aos "merengues". Um ano após aterrar na capital espanhola, Fabio Capello retornou ao seu "cantinho", no AC Milan. Apesar de tudo, o ano futebolístico de 1997/98 não correu de feição a "Don Fabio" que viu os principais títulos escapulirem-se para outras paragens. Os maus resultados foram favoráveis à saída de Capello, que, pela primeira vez, não obteve os objetivos previamente estabelecidos. Um mau ano não afastou os pretendentes de Fabio, como a AS Roma, que levou a melhor ante outros clubes. Pese o bom futebol, os "giallorossi" nunca lograram brilhar continuamente. Em cinco anos, Capello "apenas" conquistou uma Serie A e uma supertaça de Itália, tudo em 2000/01. Após estas incidências, "Don Fabio" ingressou na Juventus, outro clube pelo qual tinha debutado, como jogador. Os dois anos de Capello na "Vecchia Signora" foram conturbados, devido ao Calciocaos que retirou os dois títulos de Serie A conquistados por Capello, nesse período.

"Bom filho a casa torna", diz o ditado. E a verdade é que tal aconteceu. Em 2006/07, Capello regressou ao Real Madrid, 10 anos depois da primeira aventura. E, tal como acontecera em 1996/97, Fabio também venceu a Liga espanhola. Em 2012 renunciou ao cargo de selecionador de Inglaterra, pelo que, neste momento, o seu futuro é uma incógnita, podendo aposentar-se ou continuar a treinar uma equipa, sendo que, graças à sua qualidade, não deverá ser difícil encontrar pretendentes areceber aquele que, para mim, é um dos melhores técnicos da história do futebol.

Lendas e Glórias: Luís Figo

Luís Figo é e sempre será um dos melhores futebolistas em Portugal e no Mundo, tendo sido o estandarte da Geração de "Ouro" que venceu o Mundial de sub-20 de 1991. O "Pastilha" venceu a Bola de Ouro de 2000 e, no ano seguinte, foi eleito o jogador do ano pela FIFA. O lisboeta atuou pela seleção nacional por 127 ocasiões, sendo o recordista de internacionalizações pela seleção das "quinas". O extremo luso venceu ainda inúmeros títulos pelos clubes que representou (Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter). A sua classe, a sua tremenda qualidade técnica, o seu remate fácil e forte, os seus passes precisos e as suas variações de velocidade permitiram-no ser um ídolo em carreira e atingir o estrelato.

Começou a sua carreira no modesto Pastilhas, onde deu nas vistas antes de partir para o Sporting. Chegou ao clube de Alvalde com 11 anos e aí se manteve até aos 23. Nos leões venceu apenas uma Taça de Portugal, no entanto as suas grandes exibições ao serviço do emblema verde e branco abriram-lhe as portas da saída para o estrangeiro.

Decidiu-se pelo Barcelona, depois de ter estado a um passo da Juventus e do Parma. Permaneceu na Catalunha por 5 temporadas, tempo suficiente para vencer 2 ligas espanholas e 1 Taça das Taças. Em 2000 realizou-se a mais controvérsia transferência da história do futebol: Luís troucou o Barça pelo seu grande rival, o Real Madrid, a troco de 60 milhões de euros, valor recordista na altura, tornando-se assim um do "galáticos" de Florentino Pérez. Ficou no Santiago Bernabéu durante outras 5 épocas. Na capital espanhola ganhou 2 campeonatos nacionais e a sua primeira e única Liga dos Campeões. Quando o seu contrato com os "merengues" terminou, em 2005, partiu para Milão de forma a representar o Inter, onde ganhou 4 "scudettos", ou seja, foi campeão italiano em todas as épocas em que representou os milaneses. Pôs um ponto final à carreira no dia 31 de maio de 2009. Era o fim da jornada de um jogador que espalhou magia pelos relvados deste mundo fora...

Nota Final: 18/20

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O capitão mostra como se faz

Rep. Checa 0-1 Portugal

Portugal está nas meias-finais do Euro 2012 da Polónia e da Ucrânia! Após um jogo sofrido que acabou por ser decidido por uma cabeçada certeira de Cristiano Ronaldo, a equipa lusa volta a repetir este feito pela quarta vez na sua história.

O jogo foi dominado pelos portugueses em praticamente todos os momentos da partida, no entanto os checos entraram melhor no jogo. Essa supremacia durou cerca de 15 minutos e, a partir desse momento, a turma de Paulo Bento agarrou o controlo do jogo e nunca mais o largou. À meia-hora, Ronaldo deu o primeiro aviso: um pontapé de bicicleta dentro da grande área checa que não passou muito longe do poste. Pouco tempo depois, Hélder Postiga saiu por lesão (quanto tempo ficará de fora) e foi substituído por Hugo Almeida (que, diga-se de passagem, não fez uma grande exibição). Já nos descontos do primeiro tempo, Ronaldo rematou forte contra o ferro da baliza de Cech.

Esta toada manteve-se durante a etapa complementar, com um Portugal mais criativo, mais rápido, menos fatigado e menos "preso". Aos 48 minutos, surge um livre direto mesmo ao jeito de Ronaldo, porém o jogador do Real Madrid voltou a atirar ao poste. Cerca de um quarto de hora mais tarde, foi a vez de Moutinho obrigar Cech a efetuar uma grande defesa. A resistência checa não durou muito mais tempo e, aos 80 minutos, Cristiano Ronaldo respondeu a um cruzamento de João Moutinho com um cabeceamento fulminante que só parou nas redes da baliza adversária. Paulo Bento lançou Custódio e Rolando para segurar o resultado e, felizmente, este não se alterou até final.

Hoje, com uma grande exibição, a seleção das "quinas" mostrou que a vingança serve-se mesmo fria. Muito se falou durante 16 anos do "chapéu" de Poborsky que tirou a seleção do Europeu de 1996. É hora de esquecer essa lenda e festejar esta vitória sobre uma equipa que veio estacionar um autocarro em frente à sua baliza, mas que se esqueceu do espírito guerreiro luso. Agora há que esperar pelo resultado do Espanha vs. França, de onde sairá o adversário português nas semi-finais. Mas, com Ronaldo e companhia, podemos vencer qualquer um...

Esperança numa vitória

O onze que deverá atuar hoje.
Hoje, às 19h45, joga-se o futuro da seleção nacional no Euro 2012. Frente a uma República Checa longe dos seus tempos mais áureos e que aposta tudo em Petr Cech, Jiracek e Rosicky, Portugal parte como favorito.

A República Checa pratica um futebol cínico e apostará tudo no contra-ataque, já que possui jogadores letais neste processo. Portugal deverá partir para cima do adversário desde o primeiro minuto de forma aguerrida, com pressão sobre a primeira linha checa e um futebol pensado de forma a desmontar a defesa da equipa da Europa Central, não desguarnecendo a defesa. Será essencial a inspiração de jogadores como Cristiano Ronaldo (que deverá ser marcado por Gebre Selassie, jogador esse que tem vindo a ser uma das revelações deste Europeu de Futebol), Nani e Fábio Coentrão, os jogadores que, na ausência de um típico "dez", têm pegado na equipa.

Outro aspeto preocupante é a possibilidade, caso Portugal ultrapasse esta fase, de ver algum dos seus principais atletas fora das "meias" se forem admoestados com um cartão amarelo, dado que apenas se fica com a ficha limpa após os quartos-de-final. Cristiano Ronaldo, Hélder Postiga, Raúl Meireles, João Pereira e Fábio Coentrão encontram-se nessa situação e deverão ter cuidado quer com as entradas sobre os adversários, quer com as palavras dirigidas ao árbitro inglês Howard Webb.

Os eternos suplentes

Turnbull, Antonio Adán, Storari, Castellazzi, Lngerak, Stuart Taylor e Lindegaard, nomes desconhecidos para os mais distraídos, mas que têm em comum o facto de representarem alguns dos maiores "colossos" da Europa. Mais novos (Adán), ou mais velhos (Storari), todos eles gostariam de beneficiar de mais oportunidades para demonstrar o seu valor. Porém, a concorrência é de peso. Petr Cech, Iker Casillas, Buffon, Julio César, Weidenfeller, Joe Hart e David de Gea são, neste momento, os atuais guarda-redes principais do Chelsea, Real Madrid, Juventus, Inter de Milão, Borussia Dortmund, Manchester City e Manchester United. Os suplentes, vão aguardando pelo seu momento que, para já, apenas chega em jogo de menor preponderância.

Turnbull: Ingressou no Chelsea em 2009/10, proveniente do Middlesbrough, clube da segunda divisão inglesa. Tem jogado poucas vezes e, quando joga, é só em partidas de competições menos atrativas (Taça da Liga inglesa) ou devido a lesão do guardião principal dos blues (Petr Cech). Apesar de tudo, ainda completou cinco jogos, 2 para a Premier League e 3 para a Taça da Liga inglesa. Com 27 anos, tem poucas probabilidades de ser, um dia, titularíssimo no Chelsea.

Adán: Formado na cantera do Real Madrid, Antonio Adán é o eterno suplente de Casillas, uma das figuras dos "merengues". A preponderância de Casillas é tão elevada, que Adán apenas efetuou 5 partidas, distribuídas por Chamipons, Taça do Rei e Campeonato espanhol. Com uma boa compleição física, Antonio, de 25 anos, é o segundo guardião dos madridistas, sendo que estará esperançado em lograr realizar mais jogos, embora não aparente ter qualidade suficiente para comandar a defesa do Real.

Storari: É um dos mais experientes esta lista, tendo representado, até ao momento, 12 clubes, entre eles a sua atual equipa, a Juventus. Foi contratado há dois anos ao AC Milan, a custo zero, tendo logo a partir desse momento garantido o lugar de guarda-redes secundário. Apesar de já estar em fim de carreira e de já não possuir esperanças de ser figura de proa da "Vechia Signora", Marco ainda realizou sete jogos oficiais na época que agora finda, 3 para a Serie A e 4 para a Taça de Itália.

Castellazzi: Luca Castllazzi é uma espécie de bombeiro. A sua experiência, aliada a um físico impressionante (192 cm e 89 kg) fazem de Castellazzi um bom suplente. Descoberto em 2010/11 na Sampdoria, onde tinha estado 5 anos, este Keeper nunca demonstrou uma qualidade fora do vulgar. Porém, o que faz dele elemento importante é o facto de ser um guarda-redes que sabe esperar e que não causa problemas devido ao facto de não jogar regularmente. Tal conjunto de "capacidades" foi premiado pelos 11 jogos oficiais que completou neta temporada, possivelmente a última ao serviço dos "neroazzurri".

Langerak: Weidenfeller não um guarda-redes fantástico, mas é minimamente fiável. Assim sendo, Langerak, de 23 anos, tem aguardado pela sua oportunidade, que esta época lhe valeu 5 jogos oficiais. Australiano, Langerak chegou há dois anos, proveniente do Melbourne Victory, clube mais aclamado da Oceânia. Apesar de tudo, este australiano é, nesta lista, dos guarda-redes com mais esperanças de vir a ser titular no seu clube, Borussia de Dortmund, nos próximos anos.

Stuart Taylor: No meu ponto de vista, Stuart Taylor apenas representa o Manchester City porque é um importante baluarte no balneário. De resto, Taylor não mostra qualidade suficiente para ser jogador dos "citizens", mesmo que seja como suplente. Um exemplo? Stuart Taylor não realizou nenhum jogo oficial esta temporada, pelos "citizens".

Lindegaard: Acabamos com um guarda-redes que, para mim, é o melhor desta lista. Com 28 anos, Anders chegou a "Old Trafford" em 2010, tendo sido imediatamente suplente de van der Sar. Esta época, devido ao fim de carreira do holandês, o United contratou De Gea, que teve um início atribulado em Manchester, o que permitiu a Lindegaard mostrar serviço, como no primeiro jogo da Chamipons, entre Benfica e Manchester United. Apesar de ter vindo a perder a luta pela baliza, Lindegaard tem demonstrado fiabilidade, que lhe confere um lugar no plantel dos "Red devils".

terça-feira, 19 de junho de 2012

Alerta 10

Já tivemos Rui Costa (na imagem), Pedro Barbosa ou Deco, porém agora temos que nos limitar a um meio-campo combativo e sem um típico criativo. Nani e Cristiano Ronaldo têm conseguido ocultar por vezes essa lacuna clara na turma de Paulo Bento, mas, nos jogos frente a equipas mais equilibradas (como a Alemanha ou a Dinamarca), tem ficado bem patente que a falta de um playmaker tem faltado à equipa das "quinas". Ter um jogador capaz de fazer aqueles passes fatais no momento exato ou organizar a equipa desde trás é essencial no futebol moderno e a Portugal falta um ou mais jogadores desse género.

Na minha modesta opinião, Carlos Martins, apesar de atuar como médio-ofensivo não tem essas características, e Hugo Viana, tal como Rúben Micael, não tem qualidade para ser titular na seleção. Sendo assim, apresentamos de seguida uma lista de futebolistas que a curto/longo prazo poderão vir a tornar-se esse jogador tão essencial à nossa equipa.

Adrien Silva (Académica - emp. Sporting): De todos os futebolistas deste lote, o atleta formado em Alcochete é o com maior qualidade de momento. Com 23 anos e prestes a rescindir com os leões, levou os "estudantes" às costas durante esta época com a sua criatividade, a sua verticalidade, a sua garra e a sua tremenda qualidade técnica. Bastar-lhe-iam duas/três temporadas ao mais alto nível para poder atingir a seleção e essa oportunidade poderá passar pelo Montpellier, campeão francês, ou pelo Cluj, campeão romeno. Nunca atingirá o nível de Rui Costa, é certo, mas poderá ser uma excelente solução.

David Simão (Académica - emp. Benfica): Este "estudante" nascido em Paris, em 2010/11, brilhou ao serviço do Paços de Ferreira e por isso, na primeira metade da época, teve a sua oportunidade no plantel principal da sua equipa de formação, o Benfica. Infelizmente, desperdiçou-a e, em janeiro, seguiu para Coimbra onde foi peça fundamental na caminhada da equipa de Pedro Emanuel para o título da Taça de Portugal. Apesar de ser um tanto lento, este jovem de 22 anos tem técnica, boa visão jogo e é primoroso nos passes longos. Nos juniores do Benfica bateu recordes e prometeu muito. Esperemos que cumpra todas essas promessas...

Sérgio Oliveira (Penafiel - emp. Sporting): É o jogador com menor potencial deste leque de hipóteses para a equipa das "quinas", no entanto realizou um excelente Mundial de sub-20 no ano passado e foi ídolo nas camadas jovens dos dragões. Na primeira metade da época esteve perdido no Mechelen da Bélgica. Os portistas não perderão a hipótese de reaver o futebolista de 20 anos e de o emprestar ao Penafiel onde realizou todos os jogos possíveis e ajudou os nortenhos na sua campanha que culminou num honroso 9º lugar. Deverá ser agora emprestado a uma equipa da Primeira Liga. Estaremos atentos ao seu desenvolvimento.

Saná (Valladoid): O médio de 20 anos conjuga velocidade e qualidade técnica de uma forma muito equilibrada, o que lhe permite ser um futebolista muito interessante. Apesar de só ter realizado 2 jogos oficiais durante esta temporada, é considerado em Espanha uma jovem promessa que, no futuro, poderá atingir outro nível. Sinceramente, não acredito muito neste jovem formado no Benfica, porém admito-lhe qualidade.

Filipe Chaby (Sporting): De todos estes jogadores, é, na minha opinião, o que possui mais potencial e, sinceramente, poderá atingir um nível mundial. Este canhoto de 18 anos, oriundo de Setúbal, que atua em Alcochete é já fortemente pretendido pela Europa fora. Muito tecnicista, veloz, criativo e simplista fará parte, ou muito me engano, do futuro do Sporting e do da seleção.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Resultado aldrabado em Gdansk

Para a história ficará a vitória da Espanha sobre a Croácia por 1-0, mas, no futuro, do que ninguém (pelo menos, fora da Croácia) se lembrará serão as duas grandes penalidades claríssimas não marcadas por Wolfgang Stark e, que ao serem assinaladas, muito provavelmente, teriam colocado a campeã mundial e europeia em título fora da competição. Sem dúvida que com a Espanha, o Euro ficará muito mais rico em termos de espetáculo, mas a justiça acima de tudo...

Se isto não é penalty, o que será?

E, na sequência do lance acima, aos 88 minutos, Jesús Navas desfrutou de uma assistência de Andrés Iniesta para meter a Espanha nos quartos-de-final. Incredulamente, mais tarde, Michel Platini veio dizer que perspetiva uma final entre Alemanha e Espanha. Sem dúvida que seria um jogo bonito e histórico, mas será que seria o mais justo?

No outro jogo do grupo C, a Itália venceu a Irlanda por 2-0 com golos de Cassano e Balotelli e também está no quartos.

Para quando, Bélgica?

Hazard, Witsel e Mertens
Courtois, Van Buyten, Kompany, Vermaelen, Alderweireld, Witsel, Defour, Fellaini, Hazard e Lukaku são apenas alguns dos muitos bons jogadores que a seleção belga tem a seu dispor. Com tal leque de opções, aguardava-se que a Bélgica alcançasse, no mínimo, uma grande competição. Pois bem, tal não tem acontecido. Porque motivos? Também não se sabe. Dos jogadores atrás enumerados, existem alguns de craveira mundial, como são os casos de Kompany, Witsel, Fellaini e Hazard. Apesar de tudo, esta geração ainda não logrou o apuramento para uma grande competição, nem para Europeus nem para Mundiais.

Apesar de tudo, possivelmente, não há motivo para alarme, pois, dos jogadores mais importantes dos "Diabos Vermelhos", apenas Van Buyten, com 34 anos, está em fim de carreira. De resto é pertinente fazer a pergunta: como será a Bélgica daqui a 3/4 anos? Os belgas têm qualidade, agora talvez lhes falte experiência, pormenor tão importante em competições de alto gabarito. Marc Wilmots têm à sua disposição matéria-prima de qualidade, agora, basta-lhe poli-la, para que, de uma vez por todas, os "Diabos Vermelhos" se afirmem como adversário a temer no futebol mundial.

Craques de Amanhã: Salvador Agra

Preciso urgentemente que alguém me explique como um dos "quatro grandes" do futebol português deixou fugir esta pérola (portuguesa) para Espanha. Salvador tem tudo o que um extremo de qualidade precisa: velocidade, aceleração, criatividade, técnica e qualidade de remate e cruzamento. Apresenta mais capacidade que muitos estrangeiros sobrevalorizados em Portugal, como Juan Iturbe, Paulo César ou, arrisco eu, Nolito e Jeffrén. Quem me diz que  este jovem de 20 anos ainda não deu provas suficientes para ingressar num "grande", riposto com o facto do "caxineiro" ter sido a maior figura de um Olhanense, apoiado por Wilson Eduardo ou Cauê, que rubricou a sua melhor época de sempre. Realizou 27 em 30 jogos possíveis, fez assistências atrás de assistências, marcou 4 golos e, resumidamente, fez uma época incrível.

Formado na "cantera" do Varzim, de onde saíram futebolistas como Bruno Alves, Neto, Yazalde ou Rafael Lopes nos últimos tempos, este pequeno grande jogador (tem 1,66 m) parte agora para um novo desafio no Bétis de Sevilha onde esperemos que vingue, porque, afinal, a seleção nacional precisa de bons jogadores.


Nota Final: 15/20

Lendas e Glórias: Kopa


Ao falarmos da seleção francesa, lembramo-nos obrigatoriamente de Platini e Zidane. Mas antes destes fantásticos jogadores aparecerem, outro já tinha deixado a sua marca como número 10 por excelência. Falamos de Raymond Kopaszewski, mais conhecido por Kopa, de sangue polaco, que antecedeu Platini (com raízes italianas) e Zidane (argelino por nascimento). Kopa poderia perfeitamente retratar uma sociedade que se está a perder, retrata os tempos em que as crianças passavam o dia a jogar à bola. Não gostava da educação e é o próprio que o admite, portanto a sua escola era a bola. Nos tempos da Segunda Guerra Mundial, Kopa, juntamente com os seus amigos, entretinha-se a roubar bolas aos soldados alemães. Paralelamente, Kopa, como a maior parte das pessoas no seu tempo e na sua região, começou a trabalhar como mineiro, até que um acidente de trabalho lhe retirou as hipóteses de se manter nas minas. Porém, há males que veem por bem, devido ao acidente, Raymond pode-se empenhar no futebol.

Começou no modesto Angers, nos quais jogou em part-time, como eletricista. Porém, o Angers não cumpriu e Kopa rumou à profissionalização, tendo ingressado no Stade de Reims, a melhor equipa francesa daquele tempo. A qualidade evidenciada pelo "Napoleão" fez com que rumasse ao todo-poderoso Real Madrid, onde conquistou 3 Taças dos Campeões. Na capital espanhola permaneceu três anos, tendo retornado ao seu clube de sempre: o Stade de Reims. Kopa também representou, com qualidade, a seleção francesa, tendo obtido o terceiro lugar no Mundial de 1958, realizado na Suécia onde, a par de Fontaine e Pelé, foi uma das estrelas da competição.

Como bom médio ofensivo que foi, Kopa acolhia em si todas as qualidades necessárias para singrar a número 10. Tinha qualidades técnicas invejáveis, fazia, frequentemente, passes a rasgar que, na maioria das vezes, davam golo e teve, inclusive, aquele faro pelo golo.

Nota Final: 16/20

Que venham os checos!

Após a épica vitória de ontem, ante a Holanda, os portugueses já sabem qual o adversário nos quartos de final: a República Checa. Os checos apuraram-se em primeiro lugar no grupo A, quedando-se à frente de Grécia (2º lugar), Rússia (3º) e Polónia, que não foi além do 4º e último lugar do primeiro grupo. Esta seleção prima pela qualidade coletiva, aliada, ainda assim, a alguns talentos individuais, como são os casos de Rosicky, se jogar, e Pilar, jovem médio de grande qualidade. Ao falarmos da República Checa, falamos de uma equipa equilibrada em todos os setores, sendo apenas brilhante na posição de guarda-redes, onde Petr Cech se assume como baluarte de uma defesa algo inconstante.

Neste momento, uma das maiores lacunas dos checos prende-se com a falta de opções atacantes. Todos os 4 golos da seleção neste Euro foram apontados por médios. Dois golos de Pilar e outros dois de Jiracek, algo surpreendente, uma vez que Baros, avançado mais utilizado pelo selecionador Bilek, foi o melhor marcador do Euro 2004, que se realizou em Portugal.

As maiores ameaças à segurança portuguesa são direcionadas, principalmente, ao jovem Pilar, que está a fazer um surpreendente Euro, Rosicky, que é o "maestro" desta seleção, embora possa não jogar, devido a lesão. A seleção Lusa também terá de estar atenta às bolas paradas, principalmente a livres, nos quais o lateral Kadlec, melhor marcador checo na fase de qualificação, poderá evidenciar-se graças à potência e colocação do seu remate.

Portugal já demonstrou que pode vencer qualquer equipa deste Europeu. Porém, o maior erro que a seleção nacional pode cometer é menosprezar o adversário e cair em facilitísmos. Nos "quartos" de uma grande competição, o respeito tem de estar sempre presente, pois só assim será possível galgar terreno rumo ás meias-finais, e, depois, quem sabe, chegar à final. Mas, primeiro, venham de lá os checos!

Fernando Machado

domingo, 17 de junho de 2012

Lewandowski: o "matador" da Renânia

Tem 23 anos e um talento infalível. Falemos de Robert Lewandovski, um dos avançados com mais futuro no futebol mundial. Despontou no modesto Znicz Prusków, tendo sido mais tarde transferido para outro clube polaco, este de mais qualidade, o Lech Poznan. Aí, começou a brilhar, tendo logrado, na temporada 2009/10, a marca de 18 golos no principal campeonato polaco. Após tal marca, vários clubes de topo tentaram a sua contratação, mas haveria de ser o Borussia Dortmund a levar a melhor.

No seu primeiro ano de amarelo, efetuou 43 jogos, apesar de 18 deles terem sido feitos como suplente. Apesar de tudo, começou a demonstrar faro pelo golo, que o fez chegar à marca dos 9 golos, em todas as competições, no ano de estreia na Alemanha. Perante tais números, esperava-se que 2012 fosse o ano da afirmação de Robert. E assim foi. Ao longo desta temporada, que culminou com a "dobradinha" do Dortmund, Lewandovski assumiu um papel fundamental. Ao longo desta anos futeolístico, o polaco colocou-se no pódio, no que a goleadores diz respeito, na Bundesliga, tendo anotado 22 golos. Além do mais, Robert foi o melhor marcador da Taça da Alemanha, com 7 golos. Ah! Ainda marcou um golo na Champions. Tudo somado perfaz um total de 30 golos oficiais, nada mau para um jovem nestas andanças. Para terminar o ano em grande, Lewandovski ainda foi convocado para o Euro'12, no qual apontou um golo e foi o melhor jogador da Polónia, que, no entanto, não passou da fase de grupos.

Desde Boniek e Lato que não vejo tanto talento num jogador polaco. Lewandovski é uma mescla de finalizador nato, rapidez, boa compustura, fisicamente forte e tecnicista. Consequentemente, Lewandovski marca imensos golos, algo que ficou provado pelos 30 golos, oficiais, que o próprio apontou esta época. A questão principal é, como será Lewandovski daqui para a frente? Se continuar assim, não há dúvidas: estará na restrita galeria de futebolista que alcançaram o Olimpo do futebol.

Fernando Machado

sábado, 16 de junho de 2012

Uma laranja espremida

Portugal joga amanhã (domingo) o seu futuro no Euro. Para assegurarem a passagem aos "quartos" é importante que a seleção lusa vença os congéneres holandeses. Porém, pelo que se tem visto neste Euro, o país das tulipas está longe de se apresentar ao mesmo nível do Campeonato do Mundo de 2010, no qual foram semifinalistas, baqueando apenas no prolongamento, ante a Espanha. Existem várias teorias para este insucesso. Mas o motivo desta desilusão prende-se com vários fatores, seguidamente enumerados.

Desde logo, o desconforto no balneário holandês. A imagem que é transmitida pelos jogadores é de insatisfação, como foi o caso do médio do Tottenham van der Vaart, que veio a público referir que "se a Holanda quiser ganhar" ele próprio terá de jogar. Ora bem, se há algo que uma seleção, durante uma grande competição, não pretende é distúrbios no seio do balneário, algo que pode ajudar a enfraquecer qualquer seleção, seja ela vice-campeã do Mundial ou não.

Outro fator importante é a incompetência na defesa. Os laterais são demasiados jovens, pelo que preferem não arriscar no ataque. van der Wiel (24 anos) e Willems (18 anos), podem vir a ser grandes laterais, mas por ora não o são. No centro da defesa, apesar de existir rigor e experiência, falta uma referência absoluta, um jogador de classe mundial. Heitinga (28 anos) e Mathijsen (32 anos) são, de facto experientes, mas nenhum deles teria lugar numa equipa de topo.

O último fator relativiza-se com a desunião dos blocos defensivos e ofensivos. Mark van Bommel e Nigel de Jong têm qualidade, sim, mas são demasiado posicionais, pensando mais em defender, não se preocupando muito com tarefas atacantes. Para atenuar esta complicação, o técnico Bert van Marwijk poderia utilizar van der Vaart, mas as recentes declarações do "Spur" não abonam a seu favor.

Perante isto, esperemos que a desilusão holandesa seja total e que Portugal tenha razões de festejar a passagem aos "quartos" do Euro.

Fernando Machado

terça-feira, 12 de junho de 2012

Craques de Amanhã: Dzagoev

A qualidade de Dzagoev é inegável. A sua juventude também. No que resultará a junção destes dois ingredientes? Resulta num jogador explosivo, tecnicamente evoluído, que não se amedronta em comandar a sua seleção. É verdade, Alan Dzagoev desde muito surpreendeu o mundo. Com apenas 18 anos estreou-se pela seleção principal, sendo, cnsequentemente, o jogador mais jovem de sempre a representar a seleção A do seu país. No CSKA, seu clube, também tem vindo a galgar terreno, rumo ao estrelato. É titular dos moscovitas desde que foi contratado, em 2008, sendo um dos jogadores mais importantes do "clube do Exército Vermelho." Porém, só agora, no Euro'12, é que Dzagoev se mostra ao mundo, após apontar dois golos na vitória do conjunto de Dick Advocaat frente à República Checa, o que lhe tem valido várias críticas positivas do jornalismo internacional.

Pese ser um construtor de jogo, Dzagoev também finaliza com frequência, algo que ficou provado pelos dois golos do próprio no Euro. Com apenas 21 anos (fará 22 a 17 de junho), Dzagoev está pronto para suceder a Arshavin no papel de cabeça de cartaz da seleção russa para os próximos anos. Para já, é ídolo no CSKA, mas Alan já demonstrou que Moscovo é demasiado pequeno para a sua qualidade.

Nota Final: 16/20