quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Javier Zanetti: "O capitão"

Em 1994, o Inter de Milão realizava um negócio fácil e pouco dispendioso. Na altura, os dirigentes nerazurri não imaginariam, seguramente, que, 13 anos volvidos, a sua contratação (Javier Zanetti) viesse a dar frutos. Mas deu, e em abundância. Como anteriormente foi destacado, Zanetti ingressou no Inter na temporada 1994/95, tendo saído do Banfield (Argentina). Em Itália adaptou-se a um futebol táctico, basicamente, Zanetti "chegou, viu e venceu". Mal chegou a Milão, assumiu-se, preferencialmente, como lateral, tendo começado logo a vencer, e em grande estilo: conquistou a Taça UEFA. Porém, após esta vitória, os resultados tardaram a voltar a aparecer, devido à hegemonia do AC Milan. Aliás, estes anos foram tremendamente maléficos para os nerazurri, que no plano interno se viram ultrapassados, para além do AC Milan, também pela Juventus, AS Roma, Parma ou Lazio. Os milaneses estavam praticamente a realizar uma travessia no deserto, até que a Taça UEFA voltou a surgir no horizonte. Na época 1997/98, o Inter tornou a alcançar esta competição, a segunda vez, desde que Javier debutava pelos italianos.

A mudança começou a ocorrer no ano desportivo de 2004/05, com a conquista da Taça de Itália. Deste ponto para a frente, só vitórias, muito devido ao Calciocaos que invadiu Itália e que prejudicou a Juventus, que perdeu várias competições graças a este escândalo. Desde aí, Il Capitano, já venceu cinco Ligas de Itália, três Taças italianas e, principalmente, uma Liga dos Campeões. É também importante vincar que Zanetti é o jogador que mais vezes vestiu a camisola do Inter, ao todo, mais de 700.

Eu vejo Zanetti como um visionário. A sua entrega, a classe magistral, a regularidade...tantos predicados para um só jogador. Aliás, Javier é, acima de tudo, um líder, a extensão do treinador dentro das quatro linhas. Mais palavras para quê? Zanetti é basicamente o símbolo vivo do Inter de Milão, um clube que desde que Zanetti chegou, nunca mais foi o mesmo. E nunca o será.

Fernando Machado

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Craques de Amanhã: Lass Bangoura

Não se deixe enganar pelo aspeto franzino de Lassane Bangoura, já que, embora apenas tenha 174 cm e pese 71 kg, não há dúvidas que Lass irá brilhar. Atualmente a representar o Rayo Vallecano, Bangoura nasceu na Guiné-Conacri, onde deu os primeiros passos, antes de rumar a Espanha, para debutar pelo Rayo. No seu primeiro ano no clube situado em Madrid, Lass jogou pelas reservas, apontando 23 golos em 25 jogos, excelente marca para um estreante nestas andanças. Esta temporada está a marcar a "explosão" de Bangoura, pese não seja titular nem de perto, já anotou três golos na Liga Espanhola, sendo atualmente o quarto melhor marcador do seu clube.

Lass Bangoura surpreende pela entrega que dá em cada lance, disputando a bola como se fosse a última coisa que fizesse na vida. Além do mais é veloz, sendo fulcral em contra-ataques rápidos, sendo uma das razões para o facto do Rayo estar a realizar uma temporada tão interessante. Estou plenamente convicto que pouca gente conhece Bangoura, mas também acredito que, mediante o "salto" para um clube mais ambicioso, poderá tornar-se uma das referência do futebol africano, podendo ser um novo Weah.

Nota Final: 14/20

O (grande) projeto do Rayo Vallecano

Tal como José Mourinho relembrou no último desafio que o Real Madrid disputou para a Liga espanhola, o Rayo Vallecano é de facto uma grande equipa, bem organizada e inteligente. Nem parece que este clube, situado na periferia de Madrid, esteve às portas da falência, no ano transato. O dono da baliza não é indiscutível, Cobeño, Joel e Dani lutam por um lugar ao sol. Na defesa, Tito Román, Casado, Labaka e Arribas transmitem confiança ao treinador, que não enjeita utilizar esta quadrilha quando o pode fazer. No "miolo", o "velhino" Movilla (apesar da idade continua a ser o baluarte do Rayo), tem lugar cativo no onze, juntamente com, por exemplo, Trashorras (tecnicista embora algo lento), Javi Fuego (um pêndulo, um dos mais utilizados na equipa) e Michu ( um dos indiscutíveis). A frente de ataque é também temível, com jogadores essenciais e de grande classe, como é o caso de Diego Costa (bom atacante embora tenha de melhorar na finalização), Tamudo (tem experiência e finaliza bem), Delibasic (não sendo primeira opção, não deixa ficar mal o seu treinador) e Bangoura (muito jovem mas excelente jogador). Para terminar, é preciso referir que o Rayo Vallecano é, atualmente, o 11º classificado da Liga espanhola, colocando-se à frente de clubes como Villarreal, Saragoça, Getafe...

Fernando Machado

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Izmailov decisivo

Sporting 1-0 Rio Ave
Para não deixar fugir o Marítimo na 4ª posição, o Sporting teria que derrotar o Rio Ave. Desafio relativamente fácil, mas a possibilidade de os leões serem derrotados em Alvalade teimava em não desaparecer do imaginário dos adeptos sportinguistas. O russo Marat Izmailov, com um golo fenomenal, veio tirar essa ideia da cabeça do universo verde e branco.

A meter velocidade e criatividade no jogo, o Sporting demorou a chegar à vantagem. Insúa esteve perto de marcar no início de jogo numa altura onde os leoninos já iam dominando, porém só aos 35 minutos é que a igualdade se desmontou. Izmailov tirou dois adversários da frente e rematou, ainda fora da grande área, rumo ao fundo das redes da baliza de Huanderson. Até fim, duas oportunidades relevantes de golo com os forasteiros Atsu e Anselmo a estarem muito perto do golo. Em suma, um resultado justo num jogo onde o Sporting fez o que tinha que fazer e cumpriu.

Francisco Cunha

Águias azaradas

Académica 0-0 Benfica
Após derrotas em São Petersburgo e em Guimarães, o Benfica voltou a escorregar, desta feita em Coimbra. Numa partida totalmente dominada pelos forasteiros, a justiça do resultado é muito contestável. Com Maxi, Witsel e Nélson Oliveira em grande, mas sem Javi García (suplente), Rodrigo (lesionado) e Luisão (castigado), os encarnados mostraram perante os estudantes um bom futebol com base numa posse de bola de qualidade. A travar esta avalanche benfiquista esteve o guardião Peiser, a barra ou, simplesmente, o azar dos futebolistas mais avançados da formação de Jorge Jesus.

A abrir o primeiro tempo, os encarnados ficaram a pedir mão na bola de Cédric Soares: Bruno César cruzou na esquerda, acabando a bola por embater no braço do lateral-direito português. Lance no mínimo duvidoso. Pouco tempo depois, Maxi deu na cabeça de Aimar que obrigou Peiser a efetuar uma grande defesa.

Aos 45 minutos, Matic foi substituído pelo português Nélson Oliveira e o fluxo atacante dos encarnados evoluiu. Com Witsel e Aimar mais descidos no campo e com o avançado recém-entrado a servir com imensa qualidade o paraguaio Cardozo, os encarnados subiram de nível de jogo. Logo no primeiro minuto da etapa complementar, Oliveira esteve muito perto de marcar, porém rematou por cima da baliza dos estudantes. Pouco tempo depois, o jovem luso arrancou pela ala direita, cruzou e, a cortar, Flávio meteu a bola na... barra, estando muito perto do auto-golo. À meia-hora de jogo, Nélson Oliveira remata, Peiser defende e, na recarga, Maxi volta a falhar. Um minuto depois, fica um penálti por marcar a favor do Benfica: Aimar foi derrubado dentro da grande área. Até ao fim da partida, os encarnados continuaram a tentar, no entanto não conseguiram encontrar uma forma de bater a defensiva da Briosa. Agora, se vencer o Feirense, o FC Porto poderá chegar ao "Clássico" com os mesmos pontos que as águias...

Francisco Cunha

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A injustiça de Hugo Viana

Surpreendentemente, Hugo Viana não foi convocado pelo selecionador nacional, Paulo Bento, para o jogo de preparação com a Polónia, em Varsóvia, agendado para 29 de fevereiro. A não convocatória do jogador do Sporting de Braga, pese tenha vindo a apresentar-se em boa forma, seria facilmente explicável caso, quem o substituisse, fosse, em qualidade, superior ao próprio. No meu ponto de vista tal não se sucede. Os convocados para o "miolo" foram João Moutinho, Raul Meireles, Miguel Veloso, Carlos Martins, Manuel Fernandes e Ruben Micael. Na minha opinião, estes dois últimos foram convocados um pouco "à força". Mas vamos por partes. Enquanto Hugo Viana tem sido titular numa das melhores equipas portuguesas da atualidade (Sporting de Braga), Ruben Micael não o é de forma indiscutível na sua equipa, com um agravante: debuta na pior equipa a alinhar na Liga Espanhola. Quanto a Manuel Fernandes, o seu momento de forma no Besiktas "salva-o" um pouco, embora, tal como Ruben Micael, não recolha unanimidade no seio dos adeptos lusos. Os dados estão lançados e, agora, Paulo Bento terá de explicar de forma mais conclusiva, por que razão se "esqueceu"de Hugo Viana, embora ainda tenha tempo para remediar o erro: faltam cerca de 4 meses para se disputar o Euro.

Fernando Machado

Hernanes: o chefe "laziale"

Antes de mais, tenho de admitir o meu gosto especial pela forma de jogar de Hernanes, um jogador que eu venho observando desde o tempo em que o próprio debutava no São Paulo, onde era inclusivamente a estrela maior do "tricolor". Após esta breve introdução, e sem mais demoras, posso começar a analisar, de uma forma mais abrangente, o perfil do médio brasileiro.

Nascido a 29 de maio de 1985, Hernanes começou a jogar no modesto Unibol, do Brasil. O São Paulo, ao aperceber-se do seu talento apressou-se em contratá-lo, em 2001. Demorou algum tempo a impor-se no clube brasileiro (6 anos), mas, quando chegou à titularidade, nunca mais a perdeu. Brilhou a alto nível em 2008, ano em que foi eleito o melhor jogador do Brasileirão. Começou aí a ser cobiçado pelos "tubarões europeus", que viam nele um novo Kaká. A sua chegada ao "Velho Continente" tardou um pouco mais do que Hernanes pretendia, um vez que apenas saíu de "terras de Vera Cruz" em 2010, rumando à Lazio. No emblema romano, pegou de estaca no onze, tornando-se o elemento mais criativo e produtivo dos laziale. Após cerca de um ano e meio na capital italiana, Hernanes já se pode gabar de ser um autêntico ídolo para a massa associativa da Lazio, clube que está agora a recolher os frutos do negócio empreendido com o São Paulo.

O número 8 da Lazio é um médio criativo puro. Minimamente alto (180 cm), Hernanes não faz disso um predicado, se o brasileiro tem algo mais a dizer, é que é ambidestro, algo muito valorizado nos dias que correm. Sendo um criativo por Natureza, o internacional pela "canarinha" apresenta uma visão de jogo predestinada aos melhores dos melhores, conseguindo encontrar espaço, onde ele parece não existe. Termino como começei, Hernanes é, no meu ponto de vista, um dos maiores talentos a alinhar em Itália.

Fernando Machado

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Convocatória de Nélson: sim ou não?

A grande surpresa da convocatória de Paulo Bento para o particular com a Polónia é, sem dúvida, a chamada do jovem avançado Nélson Oliveira. Sabendo que a diversidade e a qualidade de avançados em Portugal é escassa, penso que é absolutamente pertinente abordar esta nova aposta do selecionador nacional num jogador jovem, pouco experiente e pouco utilizado no seu clube, mas de uma qualidade inegável. Hélder Postiga e Hugo Almeida não têm qualidade para ser titulares numa seleção com tanto prestígio como a das "quinas" e Liedson parece não ser opção para Paulo Bento.

Nélson Oliveira é, claramente, o melhor avançado luso. Disso ninguém parece duvidar: o Cantona português é rápido, possante, inteligente e tecnicista, sendo facilmente caracterizado numa única palavra - completo. Apesar de tudo isso, o tema da discórdia passa pela reduzida utilização do jovem de 20 anos na Luz. Pudera (!), com Rodrigo, Cardozo e Saviola na concorrência será sempre bastante difícil para qualquer jogador de qualidade não astronómica chegar à titularidade. Mesmo assim, as boas exibições do minhoto quando entra em campo demonstram que é um futebolista de alto gabarito. Esperamos ansiosamente para ver Nélson no duelo com os polacos (organizadores do Euro 2012) e deliberar se a convocatória do benfiquista para o Europeu beneficiaria ou não a equipa das "quinas".

Francisco Cunha

Ao colo de Matigol

Sporting 1-0 Legia
Em Alvalade, o Sporting conservou a vantagem conquistada na Polónia (recorde-se o empate a duas bolas fora). Após uma exibição pouco impressionante baseada em jogadas rápidas e eficientes, a formação de Sá Pinto tem agora um exame maior nos oitavos de final da Liga Europa, enfrentando o todo-poderoso Manchester City.

O primeiro tempo ficou marcado por uma única grande ocasião de golo que pertenceu ao... Legia de Varsóvia. Depois de um erro defensivo do defesa peruano Rodríguez, a estrela dos polacos, Ljuboja, tentou fazer o primeiro golo da partida com um cabeceamento perante Rui Patrício, porém falhou. Um Sporting recuado ia tranquilizando os adeptos leoninos. Já aos 84 minutos e após três jogadores substituídos devido a problemas físicos, o Sporting arranjou forças e chegou à vantagem. O criativo chileno Matías Fernandéz, através da marcação de um livre direto que não tocou em ninguém, marcou o único golo do jogo. Em suma, uma vitória curta perante uma equipa de pouco qualidade para estas andanças. Na minha opinião, este Sporting de Sá Pinto é bastante parecido ao de Domingos, porém percebe-se facilmente que a garra é mais evidente atualmente nos futebolistas verde-e-brancos.

Francisco Cunha

Vitória com sabor amargo

Besiktas 0-1 Braga
Com uma exibição de grande nível em Istambul, o Sporting de Braga garantiu uma vitória em terreno turco, porém a derrota por 2-0 em casa faz com que os finalistas da edição passada sejam eliminados da Liga Europa logo nos 16 avos de final. De salientar o domínio do jogo por parte dos forasteiros (o próprio técnico do Besiktas, Carlos Carvalhal, admitiu esse facto) que, com muita serenidade, segurança e garra, lograram um resultado surpreendente perante uma equipa recheada de estrelas (de destacar as exibições de Ernst, Manuel Fernandes, Quaresma e Hugo Almeida). Até me atreveria a dizer que, por momentos, pareceu impossível que os minhotos não passassem esta eliminatória, tal era a supremacia da turma de Leonardo Jardim que ia trocando a bola com grande qualidade.

Quanto ao jogo propriamente dito, o português Ruben Amorim deu o alarme aos 20 minutos, rematando para fora já dentro da grande área dos turcos. Algum tempo depois, Alan penetrou na defesa visitada, disferindo um remate que embateu num defensor adversário. O brasileiro insistiu na jogada, ganhou o lance ao seu opositor e deu em Lima que, após uma fantástica desmarcação, abriu o marcador. Já no segundo tempo, o goleador "canarinho" esteve muito perto de bisar, mas, no cara-a-cara com o guardião Cenk Gonen, rematou ao lado. No outro lado, Hugo Almeida e Quaresma iam pondo à prova Quim, no entanto o keeper português demonstrou segurança entre os dois postes.

Tenho que destacar o grande jogo dos bracarenses que se vão afirmando jogo-a-jogo como um sério candidato ao título. Agora, com um meio-campo mais forte (Ruben Amorim foi, sem dúvida, um grande contratação) e com um melhor banco de suplentes, o duelo pelo campeonato nacional não se cingirá, certamente, apenas a FC Porto e Benfica.

Francisco Cunha

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Craques de Amanhã: André Schürrle

No dia 6 de novembro de 1990, nascia em Ludwigshafen, localidade situada na Alemanha, um dos avançados mais promissores do seu tempo. Falamos pois de André Schürrle. Deu-se a conhecer ao mundo há cerca de um ano, altura em que, ao serviço do Mainz, mostrou ser um atacante muito completo e com faro para o golo. Nessa temporada, o Mainz foi a surpresa-maior da Bundesliga, terminando num honroso 5º lugar, após ter lutado pelo título até bem perto do final, morrendo depois "na praia". Se tal se sucedeu, o Mainz em muito o deve a Schürrle, que decididamente levou o seu clube ás costas. O Bayern de Leverkusen apercebeu-se da sua qualidade e não o quis deixar em mãos alheias, assinou um pré-contrato com o dianteiro e no ano seguinte (esta época) rumou ao emblema sediado em Colónia. Para preencher ainda mais o palmarés individual do jovem atacante de 21 anos, ainda há a referir as 8 chamadas à seleção A da Alemanha, onde se tem demonstrado produtivo: já anotou 4 golos.

O novo Klose apresenta uma enorme maturidade para a sua idade. Na época transata, como atrás foi referido, Schürrle pegou de estaca no Mainz, e conduziu os alemães a um campeonato soberbo. Esta época o grau de exigência aumentou substancialmente, mas o jogador de 21 anos tem tomado conta de si. Embora ainda não se tenha tornado na maior referência do Bayern de Leverkusen, Schürrle tem a confiança do técnico que o orienta no emblema atrás mencionado. Para finalizar, tenho que demonstrar o meu enorme apreço pelas qualidades de André Schürrle que, na minha opinião, será, juntamente com Mesut Özil, Marco Reus e Manuel Neuer, o futuro da Mannschaft.

Nota Final: 16/20

O renascimento da Vecchia Signora

No início da corrente temporada, eram poucos os que equacionavam um bom campeonato para Juventus que passaria obrigatoriamente pela conquista da liga principal de Itália. Na última temporada, o histórico italiano não fez melhor que um 7º lugar, muito pouco, para o emblema mais laureado na península itálica. No princípio deste ano desportivo, era possível observar os ares de mudança que embriagavam Turim. Novo treinador (Antonio Conte) e, como é usual, novos jogadores, entre eles o experiente Andrea Pirlo, que deixara o rival AC Milan. De acrescentar que, ara além do centrocampista italiano, também o chileno ex-Leverkusen, Arturo Vidal, e o avançado ex-Roma, Vucinic, foram reforços. Em janeiro, Martín Cáceres rumou igualmente a Turim.

Habituado a ser um emblema em que a experiência é palavra de ordem, a Juventus não se coibiu este ano de rejuvenecer a equipa, com os atletas atrás mencionados. Numa análise mais profunda ao plantel da "Juve", pode-se constatar que esta equipa é competente em todas as posições do terreno. Buffon é, para muitos, o melhor guarda-redes do mundo, sendo ao mesmo tempo a "bandeira" da Vecchia Signora. No centro da defesa, Cáceres juntou-se a Chiellini, formando uma das melhores duplas de centrais da Serie A. Liechsteiner veio cobrir a ala direita, um dos pesadelos da Juventus no ano transato. A lateral esquerda fica a cargo de De Ciglie e Fabio Grosso. No meio-campo, Pirlo e Marchisio ou Vidal são peças-chave, conferindo ao clube de Turim segurança e domínio do centro do campo. No ataque, as opções abundam, em quantidade e qualidade, entre os nomes Matri, Del Piero, Vucinic, Quagliarella e Simone Pepe.

Com todos estes argumentos, é evidente que a Juventus tem condições para lutar pela Serie A de forma constante, tentando repetir um feito que não se reproduz desde a época de 2004/05, ano em que abafaram a concorrência, obtendo o scudetto.

Fernando Machado

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quando o ataque não corresponde...

Man. City 4-0 FC Porto
O sorteio não augurava nada de bom, mas o FC Porto devia ter efetuado um jogo melhor, principalmente no capítulo ofensivo. Verdade seja dita, uma equipa tem de ser suficientemente acutilante no ataque caso queira derrotar um adversário como o Manchester City, que logo no primeiro minuto se viu em vantagem, com golo de Agüero, após uma perda de bola de Otamendi

 Depois do resultado da primeira mão (2-1 para os ingleses), os dragões sabiam que tinham de atacar e, embora daí para a frente o tenham feito, foi sempre com algum receio do opositor que não conseguia ameaçar a baliza portista. Porém, quando os citizens se acercavam da grande área do FC Porto, faziam mossa, principalmente com Agüero que mais tarde seria considerado o melhor em campo. O duelo, no primeiro tempo, resumia-se a isto, a turma de Vítor Pereira a tentar o golo, e os britânicos a criar situações de perigo iminente nas (poucas) vezes que galgavam terreno.

A etapa complementar não trouxe nada de novo, com o jogo a prolongar aquilo que se vira na primeira parte. Aos 77 minutos a resistência portista chega finalmente ao fim. Agüero (sempre ele!), após uma boa jogada individual, assiste Dzeko, que amplia a vantagem. Logo a seguir, Rolando comete a imprudência de protestar com o árbitro, recebendo orde de expulsão, devido ao segundo cartão amarelo que lhe é mostrado por Wolfgang Stark. A partir deste ponto foi basicamente um passeio para os da casa, sem ser necessário despender muita energia, lá chegaram à frente para obterem mais dois golos, por David Silva (84 minutos) e por intermédio de David Pizarro (86 minutos).

Numa análise final, podemos tirar várias ilações, mas a mais evidente é que este resultado não é bem o que parece, já que o conjunto de Vítor Pereira teve mais bola, mas o futebol é assim...

Fernando Machado

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A importância de Javi García

O que não é novidade para o leitor é o facto de que, para o Benfica, já lá vão duas derrotas consecutivas. E qual é a diferença entre a tática habitual dos encarnados e a organização estratégica nestas duas últimas partidas? É simplesmente a ausência de Javi García e o lançamento "às feras" do jovem sérvio Matic.

O médio-defensivo espanhol é exímio na hora de ocupar espaços. Tem também um papel essencial no início da construção de jogo das águias, sendo ainda bastante importante nas bolas paradas. A sua desenvoltura tática permite que o Benfica veja o seu nível exibicional incrementado. A equipa sente-se mais confiante e isso reflete-se nos resultados. Já Matic, um 8 por natureza, deixa um tanto a desejar na hora de jogar como médio mais recuado do plano benfiquista. "Duro de rins", é bastante lento nas antecipações. Safa-se pela sua razoável qualidade técnica, garra e potência física, porém isso não basta para acarretar a totalidade dos trabalhos defensivos no meio-campo encarnado. Na minha opinião, o apoio defensivo de Axel Witsel seria essencial. No entanto, em São Petersburgo, o belga jogou como 10 e, em Guimarães, nem foi titular.

Para bons resultados com o ex-Chelsea como trinco, o meio campo teria de ser formado por ele próprio, por Witsel e Aimar, este último com mais preocupações ofensivas. Por isso, tenho a dizer que Jorge Jesus, um génio tático, falhou na hora de colmatar a ausência do seu camisa 6.

Francisco Cunha

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Benfica deixa invencibilidade no Minho

Vit. Guimarães 1-0 Benfica
Frente a um Vitória com um autêntico autocarro estacionado à frente da sua baliza, o Benfica sentiu sérias dificuldades para contrariar o futebol aguerrido dos vimaranenses. Tal tentativa veio a verificar-se frustada. Com um futebol muito pragmático, a turma de Rui Vitória aproveitou um Benfica sem Javi García e de eficácia duvidosa para alimentar as esperanças de FC Porto e Braga na luta pelo título. Aliás, os dragões já só estão a dois pontos dos encarnados e, antes do "clássico", o Benfica ainda tem de visitar Coimbra que representará sem dúvida uma deslocação muito complicada.

A primeira parte ficou marcada pelo equilíbrio entre as duas equipas. Nestes primeiros 45 minutos nem surgiram muitas ocasiões de perigo. Ao invés do previsível, surgiu o primeiro e único golo da partida aos 37 minutos: depois de um livre lateral e num lance um tanto caricato, Toscano, à meia-volta, abriu o marcador. O Benfica desconcentrou-se com o golo dos da casa e Barrientos até podia ter aumentado a vantagem da sua equipa.

A etapa complementar foi toda dos forasteiros. Apesar desse domínio encarnado, a turma de Jorge Jesus não arriscou, não rematou e, consequentemente, não teve hipóteses de chegar à vantagem, não existindo até fim oportunidades claras de golo.

Francisco Cunha

Vitória à justa

Sporting 1-0 Paços de Ferreira
Na sua estreia em Alvalade como treinador, Ricardo Sá Pinto venceu, mas desengane-se quem pensa que esta foi uma vitória fácil. Perante um Paços inconformado, os leões tiveram dificuldades em chegar perto da baliza de Cássio, muito por força da falta de intensidade dos da casa.

Apesar do favoritismo sportinguista, foram os forasteiros a provocar a primeira ocasião de perigo eminente: Michel, no cara-a-cara com Rui Patrício, rematou ao lado. Os visitados iam apresentando um nível de posse de bola muito mais elevado, no entanto o perigo não atingia a baliza dos "castores". Contudo, aos 36 minutos, Cássio, depois de uma má saída, socou o esférico contra o defesa Ricardo, registando-se assim um auto-golo que deu vantagem ao emblema verde-e-branco. Até fim, ainda houve tempo para uma grande penalidade falhada por parte de Wolfswinkel, tal como um falhanço incrível do ponta-de-lança holandês que continua a mostrar que já passou por melhores momentos de forma. Em suma, uma vitória justa, mas sofrida, de um Sporting à imagem do seu novo técnico, ou seja, com o já popular "coração de leão".

Francisco Cunha

domingo, 19 de fevereiro de 2012

FC Porto sabe passear

Vit. Setúbal 1-3 FC Porto
No Bonfim, os dragões venceram sem dificuldade um Vitória apático e sem capacidade para atormentar a turma de Vítor Pereira que acabou por dominar completamente o jogo, repondo os três pontos de vantagem sobre o Sporting de Braga. 

Com um meio-campo de grande nível, composto por um Fernando recuperador, um Moutinho aguerrido e um Lucho mágico, e um tridente atacante com os desequilibradores Hulk e Varela e com o goleador Marc Janko, a vantagem chegou ao minuto 3 por intermédio do avançado austríaco 28 anos que cabeceou para o fundo das redes de Ricardo. Por esta altura, o Porto não ia apresentando um futebol veloz, porém bastava para brilhar num campo difícil. Aos 26 minutos, Hulk serviu Fernando que fez o seu primeiro golo oficial. A 15 minutos do fim, Meyong marcou de livre direto, dando esperança aos sadinos. Tal sentimento veio-se a demonstrar frustrado, já que Varela, 4 minutos depois, impôs o resultado final, após assistência de Rodríguez. Destaque ainda para a estreia de Alex Sandro de azul-e-branco num jogo em que o Porto... passeou.

Francisco Cunha

Há goleador em Braga

Na capital do Minho mora um matador chamado Rodrigo dos Santos, mais conhecido por Lima. Ontem, marcou um "hat-trick" perante o Gil Vicente e senti uma necessidade extrema de falar deste futebolista, tantas vezes criticado por más razões (nomeadamente, pela sua lentidão).

Após ter brilhado ao serviço do Belenenses (apesar de ter descido de divisão enquanto jogava nos lisboetas) chegou aos "arsenalistas" com o estatuto de suplente de Meyong. Mas tudo mudou, logo após o play-off, referente à Liga dos Campeões, onde os bracarenses derrotaram o Sevilha. Na Andaluzia, Lima marcou três e elevou a cidade nortenha ao êxtase, tornando-se assim ídolo dessa gente tão amante do desporto-rei. Desde aí, nunca mais perdeu o estatuto de estrela nos "arcebispos".

Na minha opinião, Lima é, acima de tudo, um ponta-de-lança muito completo. O seu remate fácil e potente, o seu bom jogo aéreo, o seu excelente posicionamento e as suas interessantes desmarcações que promove no decorrer de cada partida tornam-no num goleador nato. Há quem o critique por ser alegadamente lento e que, por isso, nunca chegará a um "grande". Discordo completamente desse facto. É verdade que não se evidencia pelos seus sprints, mas as suas inteligentes movimentações táticas, que já chamaram a atenção de alguns "tubarões" europeus, permitem que o camisa 18 dos minhotos pense em jogar noutro clube com outras aspirações aos 28 anos.

Francisco Cunha

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O tormento de Torres

Há poucos anos atrás era o melhor e mais completo ponta-de-lança do mundo, mas hoje é considerado um verdadeiro “flop”. Falamos pois de Fernando Torres. Formado no Atlético de Madrid, Torres cedo demonstrou que tinha enorme potencial e que chegaria ao topo sem ter de se esforçar muito. O Liverpool apercebeu-se dos seus dotes e apressou-se a contratá-lo, num negócio que envolveu cerca de 45 milhões de Euros. Na cidade dos Beatles, “El niño” foi somando conquistas individuais, com golos atrás de golos, mas os títulos coletivos escapuliam-lhe, sem que o espanhol pudesse fazer algo para contrariar essa “sina”. Portanto foi com agrado que aceitou uma proposta milionária endereçada pelo Chelsea. O clube londrino pagou cerca de 65 milhões de Euros, e clube da cidade banhada pelo rio Mersey não pôde rejeitar uma oferta tão tentadora. Desde logo choveram críticas e maus presságios, os jornalistas alegavam que Torres não valia tanto dinheiro, reiterando ao mesmo tempo que “el niño” nunca iria dar provas de valor suficiente para fazer esquecer os 65 Milhões de Euros. O dianteiro de 27 anos teve desde logo dificuldades em adaptar-se à maneira de pensar e de agir do antigo técnico blue, Carlo Ancelotti. Porém este ano os resultados ainda são piores, Torres tem tido oportunidade de jogar mas na prática, nada sai bem ao atacante.
A verdade é que a linha que separa o céu do Inferno é muito ténue, Fernando Torres é apenas mais uma das muitas vítimas da irregularidade do futebol, que tanto pode consagrar um jogador, como arruiná-lo logo de seguida.

Fernando Machado

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Benfica escorrega mas não cai

Zenit 3-2 Benfica
O jogo disputou-se como se previa: num relvado péssimo e onde não devia ser permitido jogar, condições atmosféricas adversas e com o Benfica a tomar conta do jogo desde muito cedo. Até aos 20 minutos do duelo nada de muito especial para contar, sem lances a merecer destaque e sem rasgos individuais a realçar, mas com uma entrada assassina de Bruno Alves sobre Rodrigo que obrigaria Jorge Jesus a retirar o hispano-brasileiro (o central português apenas levou cartão amarelo, quando o vermelho se ajustava). Aos 20 minutos, o primeiro golo encarnado. Cardozo bate um livre frontal, o guardião do Zenit (péssima exibição) defende a bola para a frente e Maxi Pereira, oportuno, coloca o Benfica em vantagem. Este golo serviu de aviso à turma russa, que a partir daí acentuou a pressão efetuada e dificultou de sobremaneira a vida às águias, que se viram obrigadas a baixar as linhas ofensivas. Foi neste tónico que os de São Petersburgo empataram a partida, com um excelente golo de Shirokov, após um cruzamento milimétrico para o pé preferencial do centro-campista. A partida tornou-se demasiado tática, com ambas as equipas a pensarem mais na contenção. Desta forma chegou o intervalo, que precederia  uma segunda parte de grande nível.

Precisamente na etapa complementar, o Zenit optou por lançar Semak a jogo, uma aposta que deu ao conjunto de Luciano Spaletti mais contacto com a bola e mais inteligência, ao invés de velocidade. As condições do relvado complicaram a tarefa de ambas as equipas, embora o mais prejudicado tenha sido inegavelmente o Benfica, que não está habituado a estas condições. Aos 70 minutos o melhor golo da partida, Semak, de calcanhar, concretiza a reviravolta, após uma jogada bem planeada pelos soviéticos. Os encarnados não desistiram e empataram mesmo, com golo de Cardozo, aos 87 minutos, depois de Zhevnov ter praticamente retirado a bola dos pés de Bruno Alves, que se preparava para afastar o perigo. No entanto um erro de Maxi deitou tudo a perder. O uruguaio pretendeu dominar a bola numa zona crítica, perdeu-a para Shirokov, e este, após regatear Artur, colocou-a dentro da baliza.

O Benfica perde, mas, o facto de ter marcado em todos os jogos até agora e de jogar na Luz são argumentos poderosíssimos. Porém não se pode subestimar o Zenit, que apostará, em Lisboa, certamente em defender bem e contra-atacar ainda melhor. Esta derrota foi exemplo do poderio e da evolução, não só do Zenit, mas também do futebol na Rússia, que demonstra que, embora haja dinheiro, não é só isso que faz a diferença, como se constatou ontem.

Fernando Machado

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Irá o Benfica sobreviver em São Petersburgo?

Outrora a cidade mais importante da Rússia, São Petersburgo prepara-se para vestir o fato de gala na receção ao Benfica. O jogo entre o Zenit e os encarnados, a contar para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, será efetuado envolto num frio tremendo, com temperaturas previstas a rondar os 15 graus negativos. Portanto a pergunta que se impõe é a seguinte: irá o Benfica conseguir uma vantagem confortável para o duelo no Estádio Luz?

À primeira vista tudo está contra o conjunto de Jorge Jesus: as condições atmosféricas, o facto dos russos jogarem em casa, as péssimas condições do relvado, a fadiga acumulada pelos jogadores benfiquistas pela longa viagem... Porém os encarnados também possuem argumento que jogam a seu favor. Desde logo, o Zenit não efetua uma partida oficial desde dezembro, e embora tenha vindo a realizar jogos-treino, os seus jogadores nunca se apresentarão com os mesmos índices físicos dos forasteiros. Outro ponto em consideração é a experiência europeia do Benfica. Não esqueçamos que o Benfica tem no seu palmarés duas Taças dos Campeões Europeus e outras 5 finais nessa mesma competição. Quanto a baixas, se nos soviéticos Danny não poderá estar presente, no clube presidido por Luís Filipe Vieira, Javi García também não poderá dar o seu contributo nesta árdua tarefa. O último argumento favorável ás águias é o facto de efetuarem o primeiro jogo fora de portas, o que é, indelevelmente, favorável ao Benfica.

Resta-nos portanto aguardar pelas 17:00 para visualizar-mos um bom jogo de futebol, equilibrado e tecnicista. Acha que as águias poderão levar uma boa vantagem para o segundo jogo?

Fernando Machado

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Alteração no comando técnico

Em Alvalade, esta segunda-feira foi um dia absolutamente histórico. É que Domingos Paciência foi despedido pelos maus resultados obtidos, sendo substituído pelo até agora treinador dos juniores leoninos, Ricardo Sá Pinto. É certo que o técnico ex-Braga deixou o Sporting num desprestigiante 5º lugar, a 16 pontos do primeiro classificado, e eliminado da Taça da Liga, depois de ter enfrentado um grupo teoricamente fácil, porém uma "chicotada psicológica" a meio de uma temporada e antes de jogos decisivos, tanto para a Liga, como para as competições europeias (os leões defrontarão brevemente o Legia em Varsóvia), é sempre mau para uma equipa. Até no próprio caso sportinguista se pode verificar tal regra. Nem José Couceiro, nem sequer Carlos Carvalhal conseguiram mudar o rumo do emblema verde e branco depois de uma entrada no seu comando técnico no decorrer de uma época.

Por outro lado, apesar de um forte investimento, Domingos (ou a direção) não conseguiu formar um conjunto de suficiente qualidade para um clube como o Sporting. Excetuando Rinaudo, Elias, Jeffrén e Schaars, nenhum dos reforços leoninos tem qualidade para ser titular (e alguns deles para fazer parte do plantel), pelo menos por agora, numa equipa com uma história tão gloriosa com a de Alvalade. No entanto, optamos por ser politicamente corretos e damos o benefício da dúvida ao irreverente Sá Pinto.

Francisco Cunha

José Mourinho: besta ou bestial?

Controverso, influente e especial, assim se descreve José Mourinho, um dos melhores treinadores do Mundo. Mourinho incutiu, em Portugal, uma técnica há muito perdida, a dos "mind games", ou seja, jogos psicológicos que permitem começar uma partida no dia anterior ao jogo. Filho de um antigo guarda-redes, que chegou a jogar pela seleção nacional, Mourinho nunca teve muito jeito para "jogar à bola". Valeu-se porém dos conhecimentos adquiridos para ser adjunto do lendário Bobby Robson, em primeira instância no FC Porto e depois no todo-poderoso Barcelona. Em 2000, o Benfica chamou-o para treinar o seu plantel, por lá apenas esteve 11 jogos, o suficiente para demonstrar que era de facto especial. As negociações para renovar com o emblema da Luz não chegaram a bom porto e, como diria Lenine, deu um passo atrás para depois dar dois à frente. Assim foi, rumou à União de Leiria, levou a sua equipa a um campeonato memorável e foi contratado pelo FC Porto.

Na Invicta, treinou os dragões de 2002 a 2004, levando-os à eternidade ao vencer a Taça UEFA, a Champions e dois campeonatos nacionais. A seguir, viria o recém-colosso Chelsea, uma equipa que embora tivesse possibilidades financeiras, não tinha historial e não conseguia obter resultados prácticos. Com o special one tudo foi diferente: os blues passaram a jogar um futebol fluído e atrativo e os títulos apareceram sem caso. "Mou" conquistou tudo em terras de Sua Majestade, mas lá fora, e embora estivesse perto de o conseguir, nunca venceu a Liga dos Campeões. O principal responsável foi o Liverpool, que em em 2005 eliminou o Chelsea nas meias-finais. Em 2007, Roman Abramovich e o técnico português chegaram a mútuo acordo para a rescisão do contrato.

Mourinho apenas voltaria a treinar um equipa em 2008, mas voltou em grande estilo. O Inter de Milão recorreu aos seus préstimos e o special one não enjeitou a hipótese de treinar um tubarão europeu. Rumou aos milaneses e em apenas dois anos levou os nerazurri ao céu, não só pelas conquistas internas, mas também pela Champions League, ganha em 2010, ante o Bayern de Munique.

O próximo passo foi o Real Madrid, um desafio gigantesco à maneira de José Mourinho. A tarefa não se adivinhava fácil, já que o objetivo era travar o fantástico Barcelona, que somava títulos "com uma perna às costas". A primeira época não correu de feição ao treinador luso, apenas uma Taça do Rei no cartório era pouco para aquilo que Mourinho prometera realizar. Mas, e pese esta época esteja longe de terminar, Mourinho, que embora ainda não saiba como parar a máquina "blaugrana", tem mostrado que a Liga Espanhola não é um desafio impossível. Neste momento, José Mourinho tem o Real Madrid em primeiro lugar na Liga Espanhola e ainda está a disputar a Liga dos Campeões, ou seja, as competições mais queridas para o português. Nesta altura podemos afirmar que José Mário dos Santos Mourinho Félix é efetivamente um vencedor e que, quer gostamos ou não, temos de admitir que o mesmo é um dos melhores treinadores da atualidade.

Fernando Machado

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Moutinho abriu o caminho para a vitória

FC Porto 4-0 União de Leiria
O FC Porto alcançou ontem uma vitória importantíssima na perseguição efetuada ao Benfica. Numa partida em que Janko e Lucho González voltaram a ser titulares e em que Hulk regressou de lesão, a vitória apenas foi assegurada no segundo tempo.

Os dragões entraram fortes, com várias tentativas de golos, mas os remates esbarraram sempre no mesmo protagonista: Oblak. O guardião esloveno cedido pelo Benfica ao clube do Liz, realizou uma exibição muito conseguida com inúmeras defesas fundamentais para, na altura, salvar o empate. Isto na primeira parte, na segunda tudo foi bem diferente. No reatamento, Shaffer é expulso (48 minutos) e complicou a vida leiriense. De qualquer forma, o comportamento dos forsteiros foi, embora defensivo, de enaltecer. Aos 60 minutos o acontecimento que lançou os azuis e brancos para a vitória: a entrada de James. Por volta dos 66 minutos Moutinho furou a defesa da turma de Manuel Cajuda, faz um bom passe para James, e este assiste Janko, que, isolado, não teve dificuldades em apontar o primeiro golo da noite. Daqui para a frente foi um passeio, James faria o 2-0 aos 74 minutos, Álvaro Pereira, aos 86 minutos, ampliaria a vantagem, e ainda houve tempo para a estocada final, com o quarto golo portista, em cima dos 90 minutos, com assinatura de Maicon.

 Vitória justa e que volta a deixar o FC Porto com "apenas" 5 pontos de desvantagem para o Benfica, segurando os três pontos de vantagem sobre o terceiro classificado. Que venha o Manchester City.

Fernando Machado

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Rodrigo: o futuro da "roja"?

Após mais dois golos apontados num só jogo (é o seu terceiro "bis" de águia ao peito), Rodrigo conquistou os mais céticos, com uma exibição para mais tarde recordar, no jogo contra o Nacional, para a Liga Portuguesa.

Rodrigo Moreno Machado nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, a 6 de março de 1991. Em 2010 chegou ao Benfica, oriundo do Real Madrid, por cerca de 6 milhões de euros. Porém nessa mesma temporada foi emprestado ao Bolton de Inglaterra, onde apontou 6 golos. Regressou este ano aos "encarnados", onde a pouco e pouco tem asegurado a simpatia da massa associativa da Luz, que vê nele, juntamente com Nélson Oliveira, o futuro do Benfica. Naturalizado espanhol, Rodrigo integrou o elenco da "rojita" no Mundial de sub-20 da Colômbia, em 2011, onde o dianteiro foi um dos principais goleadores. O futuro de Rodri é muitíssimo promisssor e, para já, é seguido atentamente por vários "tubarões europeus", que não enjeitam avançar para a sua contratação no mercado de transferências estival. Até lá, Rodrigo continuará, certamente, a espalhar charme pelos relvados lusos e a fazer o que mais gosta, marcar golos.

Fernando Machado

Brilho encarnado

Benfica 4-1 Nacional
Na Luz, o Benfica deu espetáculo e goleou os madeirenses do Nacional, que tentaram jogar de igual para igual perante os encarnados, tentativa essa que veio a sair frustrada.

Com Witsel a lateral-direito e Matic a render o lesionado Javi Garcia, aos 9 minutos, a 100ª vitória de Jorge Jesus ao leme das águias já parecia ser o cenário mais vulgar. Numa altura em que o Nacional ainda conseguia, de quando a quando, meter velocidade no seu jogo, Garay respondeu a um livre batido por Pablo Aimar com um cabeceamento certeiro. Daí em diante, o Benfica pegou totalmente no jogo e, com um futebol ofensivo, prático e a evidenciar os seus jogadores de grande qualidade (o plantel encarnado é, de longe, o melhor em Portugal e o 3º na Península Ibérica), iniciou um período demolidor, não dando espaço a veleidades por parte dos forasteiros. Rodrigo esteve muito perto de marcar por duas ocasiões e Cardozo rematou ao poste, mas foi à passagem do minuto 20 que o segundo golo benfiquista surgiu. Gaitán passou por quatro defesas nacionalistas, numa grande jogada individual, e deu em Cardozo que apenas teve que encostar. Aos 29 minutos, é assinalada uma grande penalidade a favor do Nacional que, diga-se de passagem, é ridícula. Consequentemente, Claudemir reduziu para a sua equipa. Já perto do intervalo, após uma bela jogada coletiva, o espanhol Nolito serviu o seu compatriota Rodrigo para o 3-1. Na etapa complementar, Rodrigo bisou através de um grande remate, surgido de um ângulo muito complicado. Pouco tempo depois, um penálti foi assinalado para os encarnados, porém Cardozo rematou por cima. Em suma, uma vitória justíssima do emblema lisboeta.

Francisco Cunha

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Sporting volta a desiludir

Marítimo 2-0 Sporting
No Caldeirão, a turma leonina voltou a perder perante o Marítimo, facto que a coloca no 5º lugar da classificação, e pode muito bem ter dito "adeus" à Liga dos Campeões. Domingos Paciência, apesar de ter sido alvo de um investimento forte, de ter tido o suporte da massa associativa e de ter ao seu dispor jogadores de elevada qualidade (Elias, Capel, Wolfswinkel ou Insúa), não tem conseguido ir além das "conquistas" de Paulo Sérgio ou Paulo Bento, técnicos que não tiveram o mesmo apoio do ex-Braga. A equipa falha muito defensivamente, principalmente nos contra-ataques adversários, não tem a inércia suficiente para finalizar em condições e nunca consegue dominar completamente. Por sua vez, o Marítimo ocupa uma anormal 4ª posição.

O Sporting entrou em campo com o lateral colombiano Santiago Arias, que se estreou no onze inicial dos lisboetas e logo com uma grande exibição. No entanto, foram os visitados a dominarem a primeira partida. Os maritimistas apresentaram um futebol mais rápido, apostando nas transições ofensivas rápidas, onde brilharam Sami, Danilo Dias e Heldon, que favoreceram da "aselhice" da defensiva forasteira. O centrocampista Benachour, com um remate de fora da área, abriu o marcador num lance onde Rui Patrício não ficou bem na fotografia. No segundo tempo, os leões responderam, mas os da casa iam causando perigo no contra-golpe. Foi numa dessas jogadas que surgiu o segundo e último golo da equipa de Pedro Martins: aos 60 minutos, Danilo Dias meteu a bola "no buraco". Até fim do encontro, o Sporting não logrou causar perigo junto da baliza verde-rubra e o resultado, obviamente, manteve-se.

Francisco Cunha

Craques de Amanhã: Jack Rodwell

Com apenas 20 anos, este box-to-box do Everton é já um dos alvos de alguns dos principais "tubarões" europeus. Praticante de um futebol intenso, o jovem inglês é um típico futebolista anglo-saxónica, sendo rápido, possante (188 cm) e inteligente. Apesar da sua posição recuada, gosta de subir no terreno e ser protagonista da construção de jogo dos "toffees". Ao contrário do que a sua preponderância atacante pode induzir, não põe de parte o trabalho defensivo, sendo hábil na ocupação de espaços e extraordinário na antecipação. Na nossa opinião, seria uma opção muito acertada convocar este centrocampista polivalente para o Euro da Polónia e Ucrânia. Infelizmente, tal pensamento não é partilhado por Fabio Capello, que recentemente demitiu-se do cargo de selecionador em terras de "Sua Majestade". Veremos se o próximo detentor de tal trabalho concordará connosco e apostará no novo Gerrard.

Nota Final: 17/20

Renato Neto e a sua pouca qualidade

Nunca gostei do novo 31 dos leões: nem nas camadas jovens do emblema de Alvalade, nem sequer no Cercle Brugge. Apesar de possuir níveis físicos muito elevados, a sua reduzida velocidade, a sua pouca evoluída qualidade técnica e o seu mau posicionamento defensivo são factos que propiciam más exibições, algo que tem acontecido pela mais diversas vezes desde que chegou à equipa A dos verde e brancos. Renato Neto não é jogador para o Sporting, nem nunca o será. Além disso, continuo a afirmar que André Santos seria uma melhor segunda via do inevitável Rinaudo que o brasileiro. O médio português, também ele formado em Alcochete, apesar de ser mais fraco fisicamente, é mais rápido, quer a agir, quer a pensar, e apresenta uma capacidade técnica bastante interessante, sendo exímio nos passes mais longos.

Por isso, se encontrasse Domingos Paciência, diria-lhe que já não está no Braga, mas sim no Sporting, um clube com outras obrigações e que tem de lutar até ao fim pelo título. E para isso, não bastam jogadores de contenção pouco evoluídos noutros termos. Precisa de algo mais... Ah! E já me esquecia: não coloque Carriço a trinco.

Francisco Cunha

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Robin van Persie: o avançado perfeito?

Há quem critique RVP por ser lento. O que interessa? O camisa 10 do Arsenal compensa essa "lacuna" com outras tantas virtudes: é dotado de uma tremenda qualidade, inteligente em termos táticos, possui uma boa visão de jogo, sendo também aguerrido, calculista e dono de um pé esquerdo perfeito que o eleva à qualidade de goleador. Além do mais, o holandês de 28 anos é conhecido pela sua exemplaridade fora das quatro linhas, criticando por diversas vezes os seus companheiros de equipa promotores de uma vida boémia.

Prova disso é o interesse acentuado no que é, para nós, o melhor avançado a atuar na Premier League, de Manchester City, Barcelona e Real Madrid. E quem quiser contratar van Persie terá que abrir os cordões à bolsa: o clube londrino só aceita negociar a partir dos 50 milhões de euros, valor justo por um jogador do calibre do ex-Feyenoord.

Francisco Cunha

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Benfica mágico por mais uma temporada

O criativo argentino Pablo Aimar renovou hoje com o Benfica até 2013. Sendo assim, pode-se dizer com (quase) total certeza que os benfiquista garantem uma equipa com magia, experiência e mística. Porquê? Simplesmente porque "El Mago" personifica tudo isso.

Os anos vão passando e a tremenda qualidade técnica do internacional alviceleste vai-se mantendo intacta. Até há quem diga que o camisa 10 dos encarnados tem melhorado... Do que ninguém duvida é de que o ex-Saragoça é uma peça fulcral no seio da turma lisboeta, não só dentro das "quatro linhas", mas também fora. Já vários jovens manifestaram a influência que Aimar teve na sua carreira (Di María, Ramires ou David Luiz) e, recentemente, veio ao de cima a notícia de que tinha dito a Nelson Oliveira para ficar no Benfica e "aproveitar cada minuto". Pormenores aparte, compilemos tudo num facto: o Benfica e o futebol português mantêm-se mágicos por mais uma temporada.

Francisco Cunha

Mudança de conceito

Por bem do desenvolvimento do blogue, decidimos que o mais acertado para o futuro de "Golo de Placa" será apostar nos artigos de opinião e nas nossas rubricas. Esta decisão surge após uma estagnação do número de visitas diárias (150). Sendo assim, iremos desistir dos artigos com base no tema atualidade futebolística.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Benfica soma e segue

Benfica 3-0 Marítimo
O Benfica alcançou ontem a terceira vitória noutros tantos jogos na fase de grupos da Taça da Liga. Ante um adversário de qualidade e que não temeu as águias, os encarnados tiveram de se aplicar para suplantar este desafio com mérito. 


Logo no onze inicial, várias alterações face ao último jogo, com o Feirense. Eduardo substituia Artur, Capdevila jogava na vez do lesionado Emerson e Jardel alinhava ao lado de Garay, ao invés do jogo contra os durienses, em que Luisão tinha sido o titular. no ataque, Nélson Oliveira fez parceria com Saviola. Aos 5 minutos o Marítimo mostra que não veio à Luz para ver jogar. Boa jogada de contra-ataque, com um finalização de Sami que não bastou para bater Eduardo. Este lance teve o condão de acordar os visitados, que começaram a ser mais afoitos no ataque. Foi neste tónico que os encarnados chegaram à vantagem, com Nélson Oliveira a marcar, depois de um passe de Saviola. A partir daqui, o jogo ficou mais morno. A segunda parte trouxe duas equipas muito esforçadas e que tentaram a todo o custo empatar, no caso do Marítimo, e alongar a vantagem, no caso da turma de Jorge Jesus. No entanto a partida ficou decidida aos 58 minutpos. Pouga divide uma bola com Javi García e acaba por agredir, sem intenção, o espanhol, indo para a rua. Porém os visitados apenas descansaram com a entrada de Rodrigo. O hispano-brasileiro apontou dois golos e garantiu a passagem do Benfica ás meias-finais da Taça da Liga, perante o FC Porto.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sporting afastado da Taça da Liga

Sporting 0-1 Gil Vicente
O Gil Vicente apurou-se para as meias-finais da Taça da Liga (onde defrontará o Braga), depois de mais uma vitória frente a um "grande". Desta vez, a vítima foi o Sporting.

Os leões dominaram um primeiro tempo sem golos, onde sobressaiu um falhanço de Matías Fernández na cara de Adriano, o guardião gilista. Ao abrir da etapa complementar, Onyewu cometeu grande penalidade sobre Hugo Vieira. Cláudio não teve dificuldade em bater Marcelo. Até fim, não houve mais alterações no placar. De salientar uma bola ao poste do jovem sportinguista Carrillo. Em suma, mais uma derrota do Sporting que vem avivar o mau momento de forma da turma de Domingos Paciência, não conseguindo nunca estancar o fluído de jogo adversário.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Benfica em 9º na IFFHS

No ranking elaborado pela Federação de História e Estatística do Futebol, mais conhecida por IFFHS, o Benfica continua a ser o clube português em melhor posição. Embora, durante o período em questão, os encarnados tenham baixado um lugar (dantes estavam na 8º posição), mantêm-se como clube luso mais bem cotado, estando à frente do FC Porto, que desceu três posições e é agora 12º melhor clube do Mundo. Ainda relativamente a portugueses, o Sporting de Braga é 31º, subindo assim 4 posições, o Sporting subiu um lugar, estando agora em 35º. O Nacional, foi o emblema luso que mais subiu na tabela, sendo 216º, alcançado um incremento de 10 posições. A lista continua a ser dominada pelo Barcelona, seguido do Real Madrid. Os argentinos do Vélez Sarfield completam o pódio.

Barça cede no Mestalla

Valencia 1-1 Barcelona
Em jogo a contar para as meias-finais da Taça do rei, o Barcelona não foi além de um empate em casa do Valencia, deixando tudo em perspetiva para a segunda mão.

Ambas as equipas deram tudo para alcançar a vitória, com jogadas de perigo iminente por parte da equipa "ché" e dos "culé", porém, foram os golos de Jonas, aos 27 minutos, para o Valencia, e  de Puyol aos 35 minutos, para o Barça, a fazerem a diferença numa partida que, praticamente, oferece a passagem dos "blaugrana" à final da Taça de Espanha.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Renascer na Luz

Yannick ainda nem se estreou pelo Benfica, mas o que fez no Sporting parece ser suficiente para os simpatizantes encarnados. O extremo formado em Alcochete é um jogador rápido, tecnicista e de remate fácil, tal como os adeptos gostam. A questão a colocar é a seguinte: será que se adaptará ao emblema da Luz?

Com 25 anos, Djaló ainda pode evoluir muito mais. A sua paragem por 6 meses (apesar de referir que todos os dias correu 10 km na praia) e a sua irregularidade parecem ser entraves ao seu sucesso imediato na Luz, porém Jorge Jesus já demonstrou que é capaz de fazer milagres neste âmbito (Fábio Coentrão e Di María são algumas das provas dessa qualidade do técnico português) e, mediante a personalidade e o estado anímico atual do futebolista, montará certamente uma estratégia visando o sucesso do novo reforço das águias.

Onde encaixará Yannick? Esta tem sido outra das perguntas que mais se tem ouvido no seio dos benfiquistas. O mais óbvio seria a ocupação da ala direita do meio-campo ofensivo encarnado e a consequente colocação de Gaitán na esquerda. A verdade é que o argentino debutou nessa posição na época passada, no entanto não será um pouco arriscado mudar de um momento para o outro todo o posicionamento e, por conseguinte, todas as movimentações de um atleta a meio da temporada? Por outro lado, Yannick, apesar de não ser oriundo da extrema canhota, também poderá jogar nessa posição, atirando assim Nolito e/ou Bruno César para o banco, dois jogadores muito acarinhados pelos simpatizantes das águias. Finalmente, o ex-Sporting poderá funcionar como uma segunda via dos titulares, algo muito improvável, pelo menos, por agora. Ficaremos atentos à desenvoltura do novo camisa 12 do Benfica...

Francisco Cunha

O que é a mística?

Ao longo dos cerca de 107 anos de história do Benfica, muito se tem comentado acerca da alegada "mística". Mas o que é? Será só um mito?

Partimos para descobrir a verdade sobre a mística encarnada. O Benfica é o clube de futebol, em todo o mundo, a ter mais sócios. O estádio da Luz, com cerca de 65 mil lugares, é, frequentemente, vítima de avalanches humanas. O clube mais prestigiado em Portugal, é, igualmente, um dos históricos da Europa, tendo já ganho duas Taças dos Campeões Europeus. Um emblema desta grandeza tem de ter mística, e a maior parte dos jogadores que passam pela Luz têm-na. Segundo o "tribunal" benfiquista, um jogador com a mística bem presente tem de ser raçudo, nunca desistir de um lance, ser persistente e, acima de tudo, amar o clube. Muitos já se pronunciaram acerca da tal "mística", como por exemplo Bela Guttmann, o técnico que deu as duas únicas Champions ao Benfica, que, em 1962, salientou a mística dos encarnados, em entrevista concebida ao diário desportivo português, "A Bola"- Ao que o jornalista de "A Bola", questionou: "A mística do Benfica é apenas um mito?", Guttmann respondeu, "Só quem está lá dentro do Benfica é que pode saber o que é a mística. Eu, antes, já tinha ouvido falar na mística. Mas encolhia os ombros. Não sabia o que era. Francamente, até pensava que não fosse nada, que não passasse de uma simples e vã palavra. Agora, porém, que a conheci, senti e vivi, afirmo-lhe que ela existe. Não há nenhum clube do Mundo que possua mística igual à do Benfica. E é este, afinal, um dos grandes segredos dos seus êxitos e da sua força." Surpreso, o jornalista de "A Bola" voltou a questionar, "Não está a exagerar?", o húngaro respondeu: " Não. Tentarei explicar algumas das suas manifestações exteriores mais palpáveis. Veja, por exemplo, a sua massa associativa. Chove? Está frio? Faz calor? Que importa? Nem que o jogo seja no fim do mundo, entre as neves da serra ou no meio das chamas do Inferno, por terra, por mar ou pelo ar, eles aí vão, os adeptos do Benfica, atrás da sua equipa. Grande, incomparável, extraordinária massa associativa!".

Fernando Machado