segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Porto e Sporting passearam, Benfica teve de correr

Mais uma jornada da Primeira Liga Portuguesa, onde Leões e Dragões saíram na frente e alcançaram vantagens preciosas. Por seu lado, o Benfica, sob brasas e perante o seu público, ganhou com dois golos em cima da hora, virando um resultado que já se adivinhava negativo. O clube da Luz encontrou o caminho das vitórias num jogo com final impróprio para cardíacos. Mas há mais. Estoril e Rio Ave continuam na senda das vitórias e Costinha viu o seu Paços de Ferreira perder mais uma vez.


Começando com o Sporting, os Leões deslocaram-se ao sempre complicado campo dos estudantes mas, como tem sido tradição, saíram com pontos. Uma exibição dos jovens leões bastante consistente, em que souberam aguentar o ímpeto inicial da equipa da casa e exploraram bem as faixas laterais e os sucessivos erros defensivos da Briosa. Ao intervalo o resultado já era de 2-0, com golos de Carrillo e Rojo, na sequência de muita passividade defensiva e erros infantis dos estudantes. Em alta competição paga-se caro. A segunda parte trazia a expectativa: a reacção da equipa da casa e um jogo em aberto ou, mais do mesmo, superioridade leonina e o fim do jogo, tornando-o resolvido e pouco interessante. Assim foi, a Académica nunca conseguiu fazer frente a este prometedor Sporting e com as bancadas vestidas de verde e branco e ao rubro, foi com a maior naturalidade que se viram mais dois golos. Ambos de grande penalidade, convertidos por Adrien Silva e Fredy Montero. No final não havia dúvidas, a Académica necessita de maior rigor, mais concentração e ambição. Já o Sporting, esse necessita da cabeça fria do seu treinador mas a paixão dos seus adeptos. Só estão decorridas duas jornadas da liga, mas para a semana é hora do escaldante dérbi lisboeta.

Quanto aos encarnados, o clube da luz estreava-se em casa, perante os seus adeptos e sob brasas. Jorge jesus sabia que os seus pupilos não estavam indiferentes a tudo o que os rodeava e a equipa entrou decidida a marcar, conquistar os adeptos e esquecer toda a turbulência. Eis que a sorte não quis nada com eles e tudo teve perto de descambar. A primeira parte ficou marcada por desperdícios atrás de desperdícios. Gaitán de livre directo levou a bola ao poste e Lima chegou mesmo a marcar mas em posição irregular. Este arranque parecia prometer golos, muitos golos. O Gil Vicente só por uma vez conseguiu aproximar-se da área encarnada e rematou à figura de Artur. Ainda antes do intervalo foi Lima quem desperdiçou duas grandes ocasiões para inaugurar o marcador na Luz e trazer o sossego. A segunda parte trouxe um jogo diferente e, após um falhanço clamoroso e inexplicável de Maxi Pereira, o Gil Vicente colocou-se na frente, por intermédio do supersónico Diogo Viana. A Luz gelava e o Benfica era penalizado em demasia. Tudo corria mal. Todavia, a equipa da casa nunca desistiu e fez uma reviravolta estrondosa, já que durante os 4 minutos de compensação acabou por marcar dois golos, para delírio das bancadas. Os lenços brancos foram esquecidos e a emoção apoderou-se de jogadores, adeptos e treinador. Uma vitória de puro querer. Nas bancadas percebeu-se que o clã sérvio ganha preponderância nas escolhas do treinador e foi com regalo que se viu o jovem prodígio Markovic empatar o jogo e depois Sulejmani arrancar um cruzamento perfeito para a entrada vitoriosa de Lima. O Benfica ganha nos descontos depois de um passado recente atribulado. E, mais do que isso, viu a sorte aparecer tardiamente, após noventa minutos de completa ausência. Já o Gil Vicente, mostrou-se uma equipa defensivamente bem montada e capaz de saber sofrer. Contudo, não conseguiu aguentar o sufoco final e controlar um Benfica de cabeça perdida. Para a semana veremos o quão importante foi esta vitória encarnada...

Quanto ao Futebol Clube do Porto, recebeu o motivado Marítimo no Estádio do Dragão e, à sua imagem, acabou por controlar o jogo do princípio ao fim, não dando quaisquer espaços ao adversário. Com a única novidade no onze azul e branco a ser Fucile, o Porto entrou para resolver e coube a Josué o primeiro falhanço da noite. Jackson, após bom trabalho individual acabou por, na cara de José Sá, desperdiçar nova ocasião mas, de seguida, após belo trabalho na linha de Licá, o avançado colombiano redimiu-se e inaugurou o marcador. 1-0, festa do golo e os adeptos do Porto viam a equipa apresentar bom futebol. Aos 37 minutos Licá encosta para o fundo das redes, tornando-se um caso sério para as equipas adversárias (um golo e uma assistência do jovem portguês). Ao intervalo 2-0, um Porto mandão e um Marítimo inexistente. A segunda parte não mudou de figura e começou logo com o golo de Josué, na conversão de uma grande penalidade. A partir daqui o Marítimo apenas queria que o jogo acabasse e o Porto a gerir o esforço. No fim ficaram os três pontos na invicta cidade e os impressionantes 73 jogos de invencibilidade em casa para o Futebol Clube do Porto, no campeonato. A equipa de Pedro Martins procurará mudar o chip e voltar a lutar pela vitória já no próximo jogo.

Porque o futebol não se limita aos chamados grandes, cabe-me salientar a vitória do Estoril no terreno do recém-promovido Arouca, num jogo confuso mas emocionante. Os estorilistas marcaram primeiro, pelo inevitável Evandro, beneficiando do lance polémico do jogo: a grande penalidade que ditaria a expulsão de Nuno Coelho. Na conversão, Evandro não perdoou. Na sequência de um livre à entrada da área resultaria o 2-0, por João Pedro Galvão, com a colaboração do guarda-redes Rui Sacramento, perante o olhar atento do contratado Cássio. Este resultado favorecia o "europeu" Estoril e trazia maior tranquilidade. Só que a equipa de Pedro Emanuel partiu para o tudo por tudo e, na sequência de um pontapé de canto, acabaria por reduzir por intermédio de Mika. Até ao fim não mais se alterou o marcador e o resultado dava a vitória à equipa da linha e a confirmação do seu bom momento. Duas vitórias em outros tantos jogos no campeonato e uma bela campanha europeia. Atenção a este Estoril.
Já o Paços de Ferreira decepcionou tudo e todos a sul do país, na deslocação ao Algarve. Com um Olhanense reduzido a 10 homens, Costinha não conseguiu fazer face à organização defensiva da equipa de Abel Xavier e ao azar dos primeiros 45 minutos, onde enviou três bolas ao ferro, acabando por consentir um golo totalmente inesperado aos 15 minutos, fruto de um erro defensivo de Ricardo. No fim, vitória dos de Olhão e a certeza de que Costinha tem de inverter este rumo negativo para dar serenidade aos seus jogadores. Posição delicada para o treinador dos castores, numa altura em que todas as atenções e expectativas se centram em si. Veremos.

O Rio Ave continua a somar vitórias e a mostrar que os lugares europeus são um desejo possível. Mesmo perante um sempre complicado Vitória de Setúbal, os vila-condenses demonstraram enorme dedicação e aos 10 minutos Lionn colocou os visitados na frente. Aos 51` foi a vez do avançado Hassan converter uma grande penalidade e estabelecer o resultado final. A equipa de José Mota foi incapaz de fazer face ao futebol dos vila-condenses, tendo mesmo desperdiçado uma grande penalidade já na segunda parte. Se a equipa de Nuno Espírito Santo ganhar ao Arouca na próxima jornada fará o melhor início dos últimos 20 anos no campeonato.
Por último, o empate do Vitória de Guimarães no terreno do Nacional, acabando por não se reflectir como um mau resultado, já que é sempre complicado pontuar em plena Choupana. O marcador ficou decidido nos primeiros 35 minutos, onde o Nacional adiantou-se por intermédio de Diego à passagem do minuto 23`e o Vitória empatou aos 33 minutos por Crivellaro.

Para hoje está guardado o último jogo da jornada que opõe Sporting de Braga ao Belenenses, às 20.00 horas no Estádio Axa. Jesualdo Ferreira pretende não perder o comboio da frente e permanecer na peugada das vitórias. Já os homens do Restelo procurarão mostrar que o histórico Belém está de volta e veio para ficar.

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