domingo, 15 de setembro de 2013

Danny: o craque incompreendido

Nos dias que correm, muito se comenta a forma como jogadores de elite não transmitem para a seleção a sua qualidade nos clubes. Messi (a filha do selecionador argentino, Alejandro Sabella, juntou-se, recentemente, ao coro de críticas), Cristiano Ronaldo (apesar de ter ultrapassado a marca de golos de Eusébio, nunca recolheu unanimidade no seio da seleção das "quinas") e mesmo Benzema (apesar do momento de menor fulgor no Real Madrid, na França, nunca se destacou). No meio deste turbilhão, surge um jogador com um caso totalmente distinto dos anteriormente mencionados. É uma das figuras num dos melhores clubes do mundo mas, nacionalmente, tarda a afirmar-se, não devido a falta de qualidade, mas por causa de lesões e de falta de oportunidades. Evidentemente, falamos de Danny.


Daniel Miguel Alves Gomes nasceu em Caracas, Venezuela, em 1983. Todavia, à imagem de muitos outros, emigrou para a ilha da Madeira (de resto, como Leonardo Jardim, atual técnico do Sporting), onde começou a jogar futebol, no Marítimo. A estreia pelos insulares ocorreu quando tinha 18 anos, em 2001/02, época na qual foi uma das revelações do campeonato, cumprindo 20 jogos e apontando 5 golos. Com tais registos, aliados à juventude, o Sporting, numa jogada de antecipação, contratou o talentoso médio. Na sua primeira temporada de verde e branco, o naturalizado português foi aposta recorrente, realizando 21 jogos em diversas competições, anotando um golo. Porém, esteve longe de convencer, saindo, no ano seguinte, para o Marítimo, com o intuito de rodar e ganhar "calo" competitivo. Nos madeirenses, voltou a brilhar mas, em 2005, haveria de emigrar, sendo vendido pelos "leões" ao Dínamo de Moscovo (naqueles anos, ocorreu um autêntico êxodo para os "policemen", com figuras como Custódio e Enakarhire a rumarem para a Rússia). Na antiga União Soviética, o lusitano provou ser um excelente médio-ofensivo, um "maestro", realizando exibições muito bem conseguidas e assumindo-se como pedra basilar nos alvi-azuis. Então, em 2008, já considerado como um dos melhores futebolistas a atuar na Premier, é transferido para o Zenit, numa transação que envolveu cerca de 30 M€, recorde de transferência intramuros. Em São Petersburgo, Danny tem dado seguimento às boas prestações cometidas ao serviço do Dínamo, marcando cada vez mais golos (32 tentos, desde que aterrou na antiga Leninegrado) e transformando-se inevitavelmente numa das principais atrações daquele campeonato. Mas há um senão...

... a seleção nacional. Efetivamente, pese ser crucial num dos melhores conjuntos do mundo (apesar de ainda não o terem provado na Champions), Danny, aos 30 anos, ainda não conseguiu tornar-se figura chave no onze de Paulo Bento. E a verdade é que os motivos são vários, desde falta de oportunidades (estranho como é que um atleta dotado de tanta experiência não é titular num conjunto à procura de um "10" que dê garantias) às lesões, que o atingem preferencialmente quando se encontra em melhor forma (recentemente, foi preterido da lista de convocados para o jogo com a Irlanda do Norte, a contar para a qualificação para o Mundial de 2014). Mas, se há algo de que não podem culpar o ex-Sporting é de falta de empenho. De facto, sempre que alinha pelas "quinas", Danny revela-se importante (até já apontou 4 golos, apesar de somente ter participado em 23 partidas). Assim sendo, é incompreensível como é que uma seleção a necessitar de um médio-ofensivo de classe mundial (dois "8" e um "6"  retiram criatividade ao ataque, o que se tem comprovado pelas recentes atuações menos conseguidas da turma de Paulo Bento) não "esprema" o atleta do Zenit ao máximo.

Com 30 anos, Danny não pode desanimar. Constrói e pauto o jogo das suas hostes como poucos no mundo, marca muitos golos (este ano, por exemplo, já são nove na conta pessoal) e faz assistências primorosas para golo. Portanto, tem tudo para "explodir" por Portugal, para se transformar no médio ofensivo por quem os lusos anseiam há muito, desde o abandono de Rui Costa e de Deco. Queira a sorte estar com ele e Paulo Bento dar atenção ao talento do centrocampista e a seleção, seguramente, incrementará as suas hipóteses de vencer as partidas que disputará.

2 comentários:

  1. Um dos 3 melhores jogadores portugueses da atualidade mas não tem lugar na seleção. Este paulo bento...

    Joka

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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