segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Futebol: De 1950 a 1970 (Parte 4)

A segunda metade do século começou em grande estilo, dava-se o reinício de Mundiais, bem como a realização da Taça Latina. Comecemos pelo primeiro ponto, o Brasil, a jogar em casa, era de longe o favorito, uma possível derrota não se colocava, a "canarinha" chegou à final sem dificuldades, tinha de passar no entanto, na final, pelo Uruguai, comandados pelo mítico Obdulio Varela e, incrivelmente, no Maracanã, composto por 200 mil pessoas, a "celeste" derrotou à "canarinha" por 2-1. Ghiggia, autor do golo vitorioso vem dizendo "só três pessoas calaram o Maracanã cheio de 200 mil pessoas, o papa João Paulo, o Frank Sinatra e eu". De facto, o Brasil ainda teria de aguardar mais alguns anos para conquistar um Campeonato do Mundo.

Chegando agora ao segundo ponto, a Taça Latina, a primeira grande competição internacional de clubes, foi, em 1950, ganha pelo Benfica. Treinados por Ted Smith, os encarnados demonstraram coesão e derrotaram na final o Bordéus por 3-2, após um jogo épico. O Benfica foi, assim a primeira equipa portuguesa a ganhar uma competição internacional. Vamos neste momento ter em atenção a Taça dos Campeões Europeus: desde a sua criação até a edição de 1969/70. A primeira edição terminou com a vitória do Real Madrid, que cilindrou na final o Frankfurt, por esclarecedores 7-3. Nas "Champions" seguintes (de 1956 a 1960), vitórias para Real Madrid, na "liga milionária". A seguir, pela primeira vez o Real Madrid não está presente na final. Barcelona e Benfica defrontavam-se para se descobrir o novo rei do "Velho Continente", num desafio tremendamente dividido, mas no qual os lisboetas levaram a melhor e venceram por 3-2. Um ano depois, o Benfica volta a presenciar a uma final, novamente frente a uma equipa espanhola, mas desta feita perante o Real Madrid, o resultado começou por ser complicado, mas os encarnados mostraram união e esforço e levaram de vencidos os madrilenos por 5-3. Nas edições procedentes (de 1963 a 1970), vitórias finais para Inter de Milão (2 vezes), AC Milan, Real Madrid, Celtic, Manchester United e Feyenoord.

A nível doméstico, os principais dominadores nestes 20 anos foram: Barcelona e Real Madrid (Espanha), Manchester United e Liverpool (Inglaterra), Dortmund e Colónia (Alemanha), Nice e Saint-Étienne (França) e AC Milan e Juventus (Itália). Retomando aos Campeonatos do Mundo, existiram mais quatro. Começando pelo de 1954, a Suíça a ser a anfitriã e a Hungria, os magiares tiveram uma campanha imaculada, na fase de grupos aniquilaram a Coreia e a Alemanha, nos quartos de final derrotaram o Brasil. Na final, tudo começou como previsto, a Húngria já ganhava 2-0 à Alemanha aos 10 minutos, o pior viria depois, Morlock e Rahn (2 vezes) apontaram os golos que permitiram à RFA vencerem o Mundial. Na prova seguinte, em 1958, o anfitrião a ser a Suécia, mas o vencedor foi o Brasil de Pelé que ganhou na final aos da casa por 5-2. Quatro anos volvidos realizava-se mais um Mundial, no Chile, o Brasil voltaria a vencer, na final derrotou a Checoslováquia por 3-1, relativamente ao Mundial anterior, a estrela alterou-se, se antes tinha sido Pelé agora fora Garrincha, marcou, cruzou, fintou e até foi expulso. Prosseguindo, o próximo Campeonato FIFA era o de Inglaterra em 1966, os anfitriões ganhariam a prova mas quem mais brilhou foi Portugal, comandados por Eusébio, a seleção portuguesa quedou-se num honroso 3º lugar.

Mudando de assunto, no ano de 1960 ocorreu o primeiro Europeu, ainda desfalcado de algumas potências, mas que acabaria por ser minimamente interessante com a URSS a vencer a final. Quatro anos depois, vitória para Espanha e outra quadra de anos depois vitória italiana. No panorama nacional, foram 20 anos dominados pelo Benfica, que venceu 10 Taças de Portugal e igual número de Campeonatos. Os "encarnados" impulsionaram-se e foram a maior potência europeia da década de 1960. Pelo Mundo fora, equipas como Ajax, Bayern de Munique e a seleção alemã preparavam-se para um ciclo dourado, Benfica e FC Porto iriam começar uma rivalidade histórica, jogadores como Puskás, Gento, Di Stéfano, Kocsis, Czibor e Masopust garantiam o seu lugar na história, novos tempos aproximavam-se...

Fernando Machado

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