quinta-feira, 27 de junho de 2013

O que esperar deste Brasil?

Em 2014, o Brasil será o anfitrião do Mundial. Aparte de todas as manifestações relacionadas com os gastos em infraestruturas para o referido evento, a seleção brasileira encontra-se sob imensa pressão, sendo pedido a Scolari que vença, mais uma vez, a competição máxima do futebol mundial. O actual técnico da canarinha sabe o que é treinar a equipa anfitriã de uma competição desta magnitude, mas será que, desta feita, terá mais sucesso do que em 2004?


Ao compararmos as individualidades que Felipão tem atualmente ao seu dispor com aquelas que tinha em 2002, é facilmente constatável que, no próximo ano, o "nosso" antigo selecionador terá pela frente um trabalho muito mais complicado do que aquele que teve há uns anos atrás. Se quando se sagrou campeão mundial as principais estrelas do Escrete eram Ronaldinho, Ronaldo, Rivaldo e Roberto Carlos, hoje em dia são Neymar (que ainda nem sequer passeou o seu futebol por terras europeias), Hulk e Thiago Silva. A seleção brasileira continua recheada de bons jogadores, porém, estes terão que enfrentar diversas equipas com plantéis superiores, como a Argentina de Messi, a Espanha de Iniesta e Xavi, a Alemanha de Schweinsteiger ou a própria Itália de Pirlo, ao contrário do que se sucedia há 11 anos a esta parte, altura na qual ninguém se atrevia a contestar o seu poderio.

No entanto, nesta Taça das Confederações, Neymar e companhia têm dado conta do recado, apresentando um futebol atrativo (apesar de terem descido um pouco de nível frente ao Uruguai) e colecionado vitórias atrás de vitórias. Na minha ótica, a defesa, as alas e o meio-campo defensivo (Ramires nem sequer foi convocado) da amarelinha continuão a ser setores muito fortes. Todavia, residem problemas na posição 10 e na de ponta-de-lança. Óscar tem desiludido, Lucas afirma-se cada vez mais como um extremo e Kaká está muito longe dos seus tempos áureos. Um pouco mais à frente, são raras as opções viáveis para o centro do ataque. Fred não é propriamente um dos melhores avançados do mundo, estando a léguas do nível de jogadores como Falcao, Ibrahimovic ou Robin van Persie. Jô sofre do mesmo problema. Apesar de ambos terem alguma qualidade, não estão ao nível da história da Confederação Brasileira de Futebol. Sinceramente, penso que Lima é a melhor opção ao dispor de Scolari, conseguindo alienar força, velocidade e técnica à sua veia goleadora que lhe permitiu fazer 30 golos na época que agora terminou. Mesmo assim, o mais preocupante é a falta de uma "estrela" (ou várias) com provas dadas que esteja habituada a festejar conquistas importantes e que ofereça uma outra dimensão à equipa canarinha.

Apesar de todas estas contrariedades, Big Phil, como ficou conhecido em Inglaterra, é conhecido pela sua habilidade em operar milagres e, consigo ao comando, tudo poderá acontecer. No fundo, estes atletas continuarão a envergar ao peito um escudo com 5 estrelas representativas dos 5 troféus de campeão mundial que o futebol brasileiro acumulou ao longo dos tempos. A vontade de lhe acrescentarem uma mais será indubitavelmente muito grande e isso ninguém lhes poderá tirar.

4 comentários:

  1. Caro Francisco, já adicionei o seu link no Blog do Manuel, em Blogues Desportivos.

    Saudações desportivas.

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  2. Sobre o post, não concordo que as estrelas do Brasil sejam apenas Tiago Silva, Neymar e Hulk. Para mim, um dos jogadores mais importantes é o Paulinho que ao que parece já está contratado pelo Tottenham e também não nos podemos esquecer de Dani Alves e de Oscar.

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    Respostas
    1. Antes de mais, obrigado pela crítica. Na minha opinião, uma "estrela" tem que ser um futebolista com provas dadas, com algum impacto mediático e que seja considerado um dos melhores do mundo, pelo menos, na sua posição.

      Claro que Paulinho é um jogador muitíssimo talentoso e muito importante na manobra da seleção brasileira, mas também não nos podemos esquecer que já tentou a sua sorte na Europa e não deu em nada. Ainda não o podemos referir como um dos melhores do mundo na posição 8...

      Quanto a Óscar, penso que ainda lhe falta qualquer coisa. Ainda não é um jogo 100% maduro, capaz de acarretar com as despesas de pautar o futebol do "Escrete" e do Chelsea. Ainda não se afirmou totalmente no panorama do futebol internacional.

      No que a Daniel Alves diz respeito, talvez tenha a sua razão. Apesar de não ser grande fã do seu futebol, conseguiu impor-se no todo-o-poderoso Barcelona e é exímio na parte ofensiva do jogo. Todavia, como acho que é um pouco fraco no aspeto defensivo, não o referi.

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  3. Francisco, não é crítica, apenas referi os nomes que quanto a mim têm mais peso na selecção brasileira.
    Também não sou fã de Dani Alves, desde logo porque não sou apreciador do futebol à Barcelona, mas acho que ele, o Paulinho e o Óscar são titularíssimos, mais até do que Hulk que não reúne unanimidade de opiniões sobre a sua titularidade.
    O Paulinho é um grande jogador e quem me dera vê-lo no Benfica!

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