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Nos dias que correm, é habitual, principalmente no futebol de rua, o jogador, antes da marcação de uma grande penalidade, indicar ao guarda-redes o lado para o qual vai rematar. Muitos (incluindo eu) conhecem essa "técnica". Porém, poucos sabem o nome daquele que a transferiu do futebol amador para o profissional. Assim, tendo em conta que apenas "descobri" Rensenbrink muito recentemente, decidi partir para a elaboração de um artigo acerca desta lenda.
Pieter Robert Rensenbrink nasceu em Amesterdão, Holanda, a 3 de julho de 1947, tendo começado a jogar futebol no DWS, modesto emblema da terra natal . Todavia, emigrou muito cedo para a Bélgica (tinha na altura 22 anos de idade), numa primeira fase para o Club Brugge (1969-71) e depois para o Anderlecht (1971-80). Foi, de resto, nos Paars Wit que Rob se revelou como um avançado de classe mundial, marcando quase 150 golos na sua passagem pelo emblema sediado em Bruxelas conquistando, simultaneamente, vários títulos, destacando-se duas ligas belgas e 4 taças do mesmo país. Nos derradeiros anos da carreira, Rensenbrink ainda passaria pelos norte-americanos do Portland Timbers e pelos gauleses do Toulose sem, contudo, atingir o sucesso anterioriormente logrado. A nível internacional, pode-se dizer que Rensenbrink é o género de futebolista que teve mais protagonismo na seleção que nos clubes (como o fantástico jogador polaco Lato). Pela "Laranja Mecânica", o avançado efetuou 48 jogos, festejando o golo por 14 ocasiões. Disputou ainda dois mundiais: no primeiro, de 1974, foi ofuscado pela superestrela Cruyff; no segundo, em 1978, foi a grande referência da Holanda, orfã de Johann, levando a seleção "ás costas" até à final, anotando, só nessa edição, 5 golos (um deles, ante a Escócia, foi o milésimo em mundiais). No derradeiro confronto, frente à Argentina, Rensenbrink voltou a "encher o campo" mas, nos últimos momentos da partida, desperdiçou uma grande oportunidade para colocar a sua equipa em vantagem (o jogo estava igualado, 1-1), rematando ao poste e falhando, assim, a conquista do prémio de melhor marcador do torneio (Mario Kempes, que curiosamente marcou nessa noite, foi o vencedor) . Depois, no prolongamento, a alviceleste, mercê de uma maior capacidade física, marcou dois golos, vencendo a sua primeira Copa do Mundo.